Manequim 42 e modelo curve, Bruna Erhardt brilhou em seu primeiro desfile de moda praia na abertura da São Paulo Fashion Week, no último sábado (21). A top foi um dos destaques da Água de Coco, que teve Anitta cantando clássicos da MPB, na passarela. Ao "Caderno Ela", do jornal "O Globo", a catarinense admitiu que ficou "extremamente nervosa" nos bastidores: "Estava cercada por meninas com abdômen trincado e com receio das críticas. Não foi fácil colocar meu corpão para jogo, sabe? Tenho meus medos e inseguranças, mas estou feliz hoje".
Dos 14 aos 27 anos, Bruna lutou contra a balança para ser aceita na indústria da moda. Diferentemente de Fluvia Lacerda, a modelo procurou diversos métodos para reduzir as medidas: "A imagem que todo mundo enxergava não era real. Estava lutando contra a natureza. Tenho coxa e bumbum. Era cobrada para estar nas 'medidas certas'. Fazia as dietas mais loucas, tomava remédio para emagrecer e apelava até para simpatias. Tudo para me enquadrar no perfil, mas nunca era suficiente".
A catarinense entrou em depressão por causa da pressão para perder peso e decidiu abandonar a carreira: "Ganhei 20 quilos e tive dificuldade para entender as novas dimensões do meu corpo. E olha como são as coisas: começaram a aparecer algumas oportunidades de trabalho, e eu retornei, em maio de 2017. Na volta, tentei ser modelo plus-size, mas não era gorda o bastante; não sabiam onde me encaixar. Agora, visto 42 e estou na categoria curve".
Bruna contou que percebe uma crescente mudança no mundo da moda: "Não consigo entender porque não há mais diversidade nas passarelas, nas revistas e campanhas. Acho muito maluca essa ideia de colocar todo mundo numa caixa. Porém, vejo uma mudança sútil". Sem descartar a possibilidade de retomar a carreira internacional, a modelo hoje trabalha como assistente de booker na agência Allure: "Quero passar a minha experiência para as meninas".
(Por Tatiana Mariano)