Você já ouviu falar em Brazilcore? Essa estética está em alta no Tik Tok nas últimas semanas e se relaciona com o uso de diferentes elementos com as cores da bandeira do Brasil, verde, amarelo e azul. Esses tons, aliás, também se destacaram na Semana de Moda de Copenhagen neste mês na capital dinamarquesa, bem como o uso de chinelos, um calçado considerado "genuinamente" brasileiro.
A Copa do Mundo começa em menos de cem dias e o lançamento oficial das camisetas da Seleção aconteceu recentemente, o que só fez o buzz sobre esse assunto crescer. No entanto, essa popularização de elementos com as cores da bandeira e com a própria bandeira dividiu o mundo da moda.
São dois principais debates sobre o tema: o primeiro é sobre o padrão das produtoras de conteúdo fashion que tem viralizado nas redes sociais com a estética Brazilcore ou #brazilianesthetic. Em geral, são mulheres de classe alta, brancas e magras - e algumas vezes nem sempre brasileiras. O segundo é sobre o quanto esse tipo de estética já era popular em regiões periféricas e não havia se tornado centro das atenções até então.
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Uma das produtoras de conteúdos que expôs pontos sobre essa viralização da Brazilcore foi Verena Figueiredo. "A gente viu um trilhão quatrocentos e cinquenta e nove mil vídeos e em todos eles, as imagens eram as mesmas 5 garotas gringas usando esse tipo de roupa", apontou.
Em vídeo, ela também aponta que acompanhou a cobertura da semana de moda Copenhagen e viu o destaque das cores da bandeira e do uso de sandálias de dedo. "O que é suficiente para falar que uma coisa é tendência sendo que a gente sempre usou camiseta do Brasil - muitas vezes até ridicularizado e criticado. A partir do momento que o pessoal da moda internacional começa a olhar para isso, é validado como tendência?", questiona.
A stylist Suyane Ynaya também levantou a questão da invisibilização dessa estética pela periferia. "Acho potente ver a nossa cultura chegando em grandes lugares, mas sinto o cheiro do perigo pois sempre perdemos muito com isso. Trends viralizando e mostrando pessoas de fora usando camisas de time, como se aqui esse trabalho não tivesse sendo feito desde sempre", alertou.