Desde o ano passado, as botas de cowboy e as franjas voltaram para relembrar a existência do visual western na moda. Nas passarelas de marcas como Calvin Klein e Chloé, nas semanas de moda internacionais, foram apresentados looks com botas em estilo country, camisas com pespontos e vestidos românticos. Outros elementos como as franjas, os chapéus e acessórios rebuscados têm estado em alta já há algumas estações. O mesmo aconteceu nos looks do São Paulo Fashion Week. Grifes como a Lilly Sarti, Bobstore e a Gloria Coelho também apostaram no estilo.
Alguns itens tradicionais do estilo são atemporais, se for do gosto de quem veste. A própria bota pode ser usada em todas as estações, assim como a camisa pespontada e a jaqueta de franjas. A calça flare e o chapéu? Clássicos! A camurça pode ser desviada para outros estilos e o mesmo acontece com os vestidos românticos. A aposta aqui é reutilizar as peças atemporais e que, se separadas, são consideradas básicas, mas juntas formam um visual country atualizado. Experimente, por exemplo, apostar na bandana com jaqueta de camurça ou em uma calça flare com camisa xadrez.
O projeto Top 5, uma parceria do São Paulo Fashion Week com o Sebrae, leva novos talentos de todos os cantos do país para a maior semana de moda do país e tem foco em uma cadeia produtiva sustentável para pensar o futuro da moda. Nesta edição a mineira LED, do designer Célio Dias, se destacou pela proposta sem gênero e sustentável que sua grife propõe. "O desfile trouxe o nordeste como inspiração e teve o objetivo de falar de representatividade e desmistificar a figura do 'cabra macho'", conta Célio. A marca, que nasceu sem gênero ("um assunto já ultrapassado", acredita Célio) trabalha com cores vibrantes desde o início e, segundo Célio, busca traçar um mix de tecnologia com artesanato, sobretudo com o crochê. "Entendo que consegui dar uma cara contemporânea para esse trabalho que, muitas vezes, é considerado vintage. Célio, que se destacou na semana de moda também por usar uma t-shirt com o dizer "Ele não" para sua entrada final na passarela, conta que o posicionamento "em prol da humanidade e da empatia", está no DNA da marca que consegue crescer levantando essa bandeira. "Não é simplesmente uma questão política, mas humana", diz. Em alta nesta temporada, o crochê também apareceu na coleção da designer Karine Fouvry, que apostou em um desfile todo artesanal com looks em off white que remetem, também, ao nordeste e, sobretudo, à contribuição africana na cultura nordestina.