Uma das maiores dificuldades de quem passou por uma mastectomia é encontrar peças de roupas, sobretudo as peças de lingerie e beachwear que estejam na moda, como o modelo retrô, e deixem o corpo bonito. É que a assimetria entre as mamas costuma deixar as mulheres inseguras e interferir bastante na autoestima. Existe, no entanto, solução para isso. Alguns recursos de moda podem disfarçar o que não se quer que seja visto.
O consultor de moda e apresentador de TV pernambucano Arlindo Grund, indica alguns recursos que podem ser bons aliados da mulher que está passando por esse processo na hora de se vestir. "Os tecidos mais estruturados, os babados, que fazem parte da moda romântica da vez, e os detalhes, como bordados, são truques que podem adicionar volume onde não existe", indica Arlindo. "Acima de tudo nesse momento o que vale é a mulher se sentir à vontade com as suas escolhas e que elas continuem retratando seu estilo", completa ele, lembrando que também existem sutiãs com enchimento que podem deixar a mulher mais à vontade na hora de escolher looks com tecidos mais finos.
Mônica Dione é o nome por trás da Monalli, marca especializada em lingerie e beachwear para mulheres mastectomizadas. A grife foi criada pois a cunhada de Mônica, Cida Ribeiro, que passou por uma mastectomia há oito anos, se sentia insegura e com vergonha de ir à praia e à piscina por conta da assimetria e das cicatrizes. "Foi um processo para criarmos a linha de biquínis e lingeries, já que os modelos que existiam no mercado eram feios ou com cara de peças cirúrgicas", conta a empresária, que lembra de alguns aspectos especiais que as peças devem ter. "A maior dificuldade foi encontrar os tecidos, que devem ser hipoalergênicos. Já para os looks de beachwear, o material deve também proteger a pele do sol, já que na região onde foi feita a cirurgia e existem cicatrizes o sol é proibido", afirma, indicando que modelos com babados, detalhes frontais e cortes mais inteiros – ou mesmo maiôs – são os favoritos pois, além de disfarçarem a assimetria também dão conta de cobrir as cicatrizes.
O resgate da autoestima para uma pessoa que passou (ou está passando) por um tratamento de câncer , como a apresentadora Ana furtado, por exemplo, vai, no entanto, muito além da aparência em si e do disfarce das imperfeições. "É importante lembrarmos que é possível conviver com o câncer", acredita Mônica. "Cida, por exemplo, tem períodos muito duros, claro; mas também tem momentos ótimos! É uma questão de internalizar que se você está viva, deve se amar, se cuidar e olhar para si mesma com amor", diz Mônica. O stylist Arlindo Grund concorda com Mônica e acredita que a mulher, mais do que nunca, deve ser ela mesma nesse momento. "Cuide-se! Ame-se! Alguns momentos em nossa vida são para nosso crescimento. Então não se prenda a modismos ou regras. Use aquilo que tiver a fim", diz Arlindo. "Traga alegria ao visual", completa.
(por Deborah Couto)