Marcos Caruso lembrou ter sido influenciado por Bibi Ferreira a seguir na carreira artística durante o velório da diva do teatro, nesta quinta-feira (14), no Theatro Municipal. A atriz, diretora e apresentadora morreu aos 96 anos de parada cardíaca em seu apartamento no Flamengo, Zona Sul do Rio de Janeiro, causando comoção entre vários famosos como Miguel Falabella e Juca de Oliveira. "Bibi Ferreira indicou a minha profissão. Eu sou ator um pouco por ela, muito por ela. Porque quando tinha 10 anos e estava na plateia assistindo 'My Fair Lady' a minha tia-avó disse que eu teria dito: 'é aquilo que eu quero fazer'. Foi ela quem me chamou para a profissão", iniciou ao Purepeople o intérprete do Sóstenes da novela "O Sétimo Guardião".
Na cerimônia, que reuniu ainda outros famosos, o ator acrescentou: "Eu tive a oportunidade de agradecer a Bibi durante muito tempo e vim aqui agradecer mais uma vez. Ela me deu a oportunidade de mostrar essa carreira tão linda". Para Marcos, o momento não é de tristeza. "Não é uma perda, é um ganho. Um país que tem uma mulher de fibra, com a disciplina, com o amor, com a paixão pelo palco e pela plateia como ela teve, por 96 anos, não vamos chorar a perda. Vamos pensar no ganho que tivemos. Obrigado, Bibi", concluiu o veterano. O velório de Bibi reuniu ainda Othon Bastos, Beth Goulart, Nicette Bruno, Arlete Salles e Roberta Miranda, além de Amanda Acosta, que cantou para a artista. A morte da maior estrela do teatro brasileiro aconteceu um dia após o falecimento de Deise Cipriano, do Fay Family, e na mesma semana do desastre aéreo que vitimou Ricardo Boechat.
Também ao site, Ney Latorraca destacou a vitalidade de Bibi. "O que mais me impressionava era a juventude dela. Sempre teve essa qualidade que acho impressionante: sempre jovem. Talvez, a atriz mais jovem do país foi embora. Me lembro de uma história que sempre que ia falar com ela, a Bibi dizia que não podia falar, mas quando me via na fila falava 'oi, meu namorado' e a voz voltava", recordou o humorista. "A Bibi é eterna. Aplausos para ela", pediu Ney. Rosamaria Murtinho afirmou que não conseguia se lembrar da artista com tristeza. "Só lembro dela com alegria, dirigindo duas peças, me ligando 0h, 1h para a gente conversar... A gente ia fazer um monólogo esse ano e eu falei: 'Bibi, não tenho coragem de fazer um monólogo só você dirigindo e escrevendo'. Ela viveu intensamente e deixa um legado que jamais será esquecido. E que os jovens vejam o que ela fez para se espelharem", pediu.
Para Adriana Esteves, a morte de Bibi "é uma perda horrível para o teatro". "É, foi, a maior mulher e artista que tive a honra de conhecer. Ela me dirigiu em um espetáculo em 2003 e a levo para o resto da minha vida, assim como Brasil. Ela é demais", afirmou a atriz. Primogênita de Silvio Santos, Cynthia Abravanel recordou momentos com Bibi quando seu filho Tiago Abravanel ainda era criança. "Sou grata por ela ter me recebido muito bem no teatro. Ela foi a primeira diretora que tive o prazer de conhecer quando assumi o Teatro Imprensa em São Paulo. Ela brincava com o Thiago antes do ensaio. Deixava ele brincar no palco e depois dizia para ele sentar ao lado dela pq ela ia trabalhar. Tenho um carinho por ela muito grande pelo que ela representou e nos ensinou. Ela era uma querida, uma fofa. Brava, rígida, e disciplina. E não só no teatro, na vida também. Agora está brilhando em um lugar que também é dela. Virou luz, nada do que ela era para nos iluminar", afirmou a diretora teatral.
Françoise Forton relembrou os ensinamentos com a diva do teatro. "As músicas lindas, os personagens lindos e as boas broncas amorosas nos ensinando na hora de dirigir. É insubstituível, mas vai ficar esse amor para sempre aqui, que é o melhor. E lembrem-se para sempre dela com carinho, alegria, batam palmas, sorriam, revejam coisas, ouçam os discos. Seria isso que ela gostaria", contou a atriz. "Se falam muito em estrelas e estrelas existem muitas no planeta, mas entre nós não são muitas e nos foi arrancada uma de primeira grandeza. Ela vai estar lá e nos não vamos poder esquecer de lembrar sempre dela no nosso teatro. Ela foi e continua sendo uma figura maior do teatro como nos entendemos e que ela serviu, amor e abraçou ate o fim", reforçou Nathalia Timberg.
(Com apuração de Patrick Monteiro e texto de Guilherme Guidorizzi)