Uma das questões mais preocupantes que vêm junto ao câncer de mama e seu tratamento costuma ser a perda de autoestima. É que, em geral, a doença é cuidada com quimioterapia, um tratamento que altera o funcionamento celular. Isso tem, na prática, algumas consequências para o corpo da paciente. A mais visível delas é a queda dos cabelos (e dos pelos do corpo, efeito que pode ser disfarçado com maquiagem). Os cabelos, como a gente sabe, são um símbolo forte de feminilidade e sua queda gera insegurança na maioria das mulheres. Além disso, a imunidade fica mais baixa, a pele mais pálida, as unhas mais fracas... Muitas pacientes de câncer de mama precisam, ainda, realizar uma mastectomia, o que pode ser, também, um grande baque na autoestima de qualquer mulher. Felizmente, é possível reconstituir a mama. A pigmentação dos seios também ajuda no processo.
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Flávia Flores é blogueira e escritora e em 2012 recebeu o diagnóstico de câncer de mama. A partir de então começou a compartilhar o tratamento em seu blog e nas redes sociais, mostrando como é difícil – mas não o fim do mundo, nem da vida – lidar com um tratamento assim e suas consequências. "Perdi o trabalho e namorado e minha autoestima foi lá embaixo. Me diziam que deveria me importar com saúde, não com a vaidade e que eu deveria tirar os espelhos de casa", conta Flávia, que sempre trabalhou com moda e hoje está por trás do projeto Quimioterapia e Beleza, que trata do assunto sob diversos pontos de vista. Para ela, então, a aparência sempre foi importante. "Durante o tratamento, uma das coisas que me manteve de pé foi o autocuidado. É importante sim se maquiar todo dia e se esforçar para se sentir confiante", diz. Para pacientes de câncer o ideal é que a maquiagem seja vegana, orgânica ou, pelo menos, hipoalergênica. "Não ajuda em nada permanecer no dia a dia com cara de paciente terminal. Além disso, se você 'deixa a peteca cair', acaba entrando em depressão e isso interfere na imunidade, que é fundamental para a quimioterapia dar certo", diz. Flávia ressalta ainda a importância do apoio da família, e que esses laços são necessários para que o paciente tenha forças. Apesar da doença, a blogueira conta que fez questão de levar uma vida "normal". "Fazia o que queria. Saía com as amigas, namorava e me cuidava. Para a mulher, não se arrumar torna tudo mais difícil e sem isso a gente pode, mesmo, morrer", completa.
Hoje, curada, Flávia viaja pelo Brasil dando palestras sobre o tema, compartilhando sua experiência e trabalhando pela autoestima das mulheres que estão passando pelo mesmo processo. Ela criou o "Banco de Lenços", com tutoriais com várias formas de amarrar o lenço na cabeça para se enfeitar e disfarçar a careca. Confira no vídeo abaixo – que vem do seu canal no YouTube - e na nossa galeria algumas dicas de Flávia para ficar mais bonita.