O crescente aumento por produtos veganos para os cabelos, para a pele e maquiagens livres de componentes químicos destaca a preocupação cada vez maior das mulheres com o uso de produtos ecologicamente corretos. Isso porque o estilo de vida sem uso de matérias-primas de origem animal deixou de ser apenas alimentício para virar também questão de estética, uma vez que os produtos orgânicos são ricos em vitaminas, minerais e óleos, podendo ser absorvidos pela pele e, com isso, agregar propriedades nutritivas e antioxidantes ao corpo. Entretanto, é preciso estar bem atenta ao optar por cosméticos desse segmento para não cair no conto do marketing verde (greenwashing) e acabar sendo enganado, visto que no Brasil ainda não há uma regulamentação clara quanto à classificação dos cosméticos. Atualmente, diversas marcas exibem rótulos que se dizem orgânicos, veganos ou cruelty-free. Contudo, embora os conceitos sejam parecidos, na realidade são bem distintos. Purepeople conversou com Dione Vasconcellos, sócia-fundadora da marca vegana Lola Cosmetics e separou um guia para ninguém mais ficar na dúvida ao optar por algum produtinho novo!
Apesar de ser um rótulo comumente visto, muita gente ainda questiona sua veracidade. O que isso significa realmente? "Para um produto ser considerado orgânico, sua formulação deve possuir no mínimo 20% de matérias-primas naturais em relação à quantidade total de ingredientes utilizados em sua composição, e os itens usados são controlados desde a sua origem e possuem certificados com selos de empresas como Ecocert, sendo livres de pesticidas", explica Dione. Apesar de o Brasil ainda não possuir uma regulamentação específica para esse segmento, os fabricantes se baseiam e assumem o compromisso com a legislação europeia, sendo proibidos de fazerem testes em animais, frutas ou flores em extinção. Além da alimentação e de produtos de beleza orgânicos, as roupas com esse tecido vêm fazendo sucesso entre as fashionistas. A marca Oslklen apresentou em seu último desfile a coleção primavera-verão 2019, que tem como um dos seus pilares principais a utilização de matérias-primas orgânicas.
A expressão que vem do inglês traduz ao pé da letra o significado do termo: sem crueldade. "Isto é, nenhum dos ingredientes utilizados para fazer o produto foi testado em animais. Entretanto, é bom lembrar que, apesar do nome remeter à falta de origem animal, 'Cruelty-free' não significa exatamente a falta de existência de matérias-primas provenientes do animal", aponta a sócia-fundadora da marca. A certificação de algo 'cruelty-free' se dá pelo programa Leaping Bunny, que tem como finalidade adicionar ao rótulo de cada embalagem a imagem de um coelhinho para retratar a natureza dos testes dos produtos. No Brasil, marcas famosas como a Lola Cosmetics e a Natura aderiram ao cruelty-free e, além disso, a cantora Rihanna ao lançar sua linha de maquiagem optou por não realizar testes em animais. Que bom, né?!
Os produtos veganos são os responsáveis por não utilizar matérias-primas de origem animal. No entanto, isso não significa ser livre de substâncias químicas e nem que seja cruelty-free. É bom manter os olhos abertos e procurar por mais informações sobre a lista de ingredientes ou sobre certificados atribuídos aos produtos quando bater o olho em um rótulo que se intitule vegano.
(Por Martina Orlandini)