Esqueça a máxima de que drinks leves e docinhos são os preferidos do sexo feminino."Hoje não existe drink de mulher, ou drink de homem, ou drink por idade. É muito relativo porque as pessoas no geral têm gostos diferentes. Não existe isso de 'drink de mulher é mais doce, mais frutado'. O que a gente vê muito é que a mulher – em vários âmbitos, não só na coquetelaria – é muito aberta à novidade, a provar novos sabores, a se permitir conhecer coisas diferentes", afirma ao Purepeople a mixologista Jessica Sanchez, já eleita a melhor bartender da América Latina e atualmente à frente de seu próprio espaço, o Vizinho Gastrobar, no Rio de Janeiro.
Segundo Jessica, que foi a primeira mulher a comandar os bares do hotel Copacabana Palace, um gosto mais clássico combina com coquetéis com consistência e densidade mais leves, e com combinação de destilados ou vermutes, como o Boulevardier – composto por whisky, vermute e Campari. Além disso, taças e copos baixos com um grande gelo dão um toque especial às bebidas. "A taça tem esse quê de clássico", diz.
Quem busca elegância, pode optar por coquetéis em taça como Manhattan (whisky, vermute doce e bitters), Aviation (gin, licores marasquino e crème de violette, e suco de limão), e Champagne Cocktail (açúcar, bitter de Angostura, champanhe, conhaque e cereja). "A haste da taça torna elegante o toque, o pegar, e você fica com a mão de uma forma bonita", avalia a bartender.
Os gostos mais descolados, por sua vez, se inclinam para o incomum, a exemplo da mistura de vodka, ginger beer e suco de limão, servida em uma charmosa caneca de cobre: "Descolado eu acredito que vá mais para coquetéis inusitados, com decorações inusitadas, com coloração mais quente. De repente um descolado seria um Moscow Mule."
Ousadia e coquetéis pitorescos andam lado a lado na mixologia. "A gente tem um coquetel no Vizinho, por exemplo, que vai em uma boia de flamingo. Eu acho que o ousado seria isso: coisa novas, novidades. De repente um coquetel de assinatura com algum ingrediente inusitado", aponta Jessica.
Um gosto autêntico, por outro lado, vai direto ao ponto. "É aquela pessoa que senta no balcão e pede o que gosta, do jeito que gosta: 'Eu quero um Dry Martini com pouco vermute e três azeitonas'. Que já sabe o que quer, sabe? Pede: 'Ah, eu quero um Negroni com Carpano Clássico'. E é isso, que não escolhe muito, senta e já sabe o que quer e tem o seu gosto de preferência para cada coisa", define.
Já um paladar mais tímido abre mão das novidades e até mesmo dos drinks. "Acho que é aquela pessoa que vai no mais do mesmo porque tem vergonha, ou pede uma cerveja num bar de coquetéis... mesmo que essa não seja sua opção preferida", diz a mixologista.
(Por Vanessa Nogueira)