O encontro entre Angélica, Xuxa e Eliana no "Criança Esperança" não agradou Mara Maravilha nem um pouco. A ex-contratada do SBT mostrou sua insatisfação por ter ficado de fora da reunião das ex-apresentadoras de programas infantis. E chegou a apontar preconceito por não ter sido chamada para o programa beneficente da Globo.
Mas se você acha que essa treta envolvendo Mara Maravilha e Angélica - que recebeu em 1988 Junno Andrade na sua festa de 15 anos - é de hoje... errou! E o Purepeople pode provar! Por isso, voltamos no tempo, mais precisamente para 1993, ano que marcou a estreia da hoje mulher de Luciano Huck no canal de Silvio Santos, onde por pouco não atuou em "Éramos Seis".
Antes de serem colegas de emissora, a morena e a loira disputavam a audiência do público infantil com o "Show Maravilha" e o "Clube da Criança", ambos exibidos na faixa da tarde. No começo de 1993, Angélica era alvo de uma disputa entre o SBT, a Globo e a extinta TV Manchete, onde preferiu ficar. Na época, a sua sondagem pela emissora paulista já causava atrito.
"A Mara devia estar mal-informada ao me criticar por querer seu espaço. Ela tem um programa matinal, e minha preferência é a tarde", alfinetou a mãe de Joaquim, Benício e Eva à "Folha de S.Paulo", que noticiava ainda que ela perderia seu "Clube...", ganharia um novo programa diário e teria um novo horário no final de semana, aos domingos, com a exclusão do "Milk Shake", que ia ao ar aos sábados.
Acontece que em abril tudo mudou. Angélica deixou a Manchete onde estava desde 1987 e partiu rumo ao SBT. Na assinatura do contrato estavam previstos um programa diário e outro semanal dentro do "Programa Silvio Santos" - algo que jamais ocorreu. O salário fora participação em publicidade? Cerca de 10 mil dólares.
A estreia estava prevista para dali a 40 dias - ou seja, ainda no primeiro semestre. Mas Angélica não teve vida fácil até lançar o seu "Casa da Angélica", onde contracenou com Otaviano Costa em uma paródia de novelas mexicanas. O infantil teve sua estreia adiada várias vezes. A previsão é que a nova contratada ocupasse a faixa das 8h às 10h, entregando o horário para Mara, que ficaria até 12h30.
"Vou levantar a bola para ela cortar", disse Angélica ao jornal "O Dia" em maio e sendo enfática quando questionada quem seria a estrela da emissora paulista. "O SBT só tem uma estrela. É o Sílvio Santos", apontou. Mara, por sua vez, reagiu: "Tudo tem um lado positivo e negativo. Angélica estava desempregada. Ela vinha cantar no meu programa".
Naquele maio de 1993, Mara comandava seu matinal desde 1987, já havia passado por outros programas (como "Sessão Passatempo" e "Vamos Nessa!") e participado ao lado de Silvio do icônico "Show de Calouros". Apesar disso, seu contrato venceria no ano seguinte. Paralelamente, projetava uma nova fase do seu infantil.
"Não quero perder meu tempo com fofocas que não me dizem respeito. Só me preocupo com a minha vida", atestou. "Temos uma nova proposta de programação infantil. Nossa ideia é modernizar", finalizou. Em 1994, Mara deixaria o SBT. Dois anos depois seria a vez de Angélica, que chegou a ter três programas diários - além do "Casa...", o "Passa ou Repassa" e a "TV Animal", estes dois herdados de Gugu Liberato (1959-2019).