O caso envolvendo a denúncia de uma jovem contra Neymar por conta de um suposto estupro que teria ocorrido há cerca de 15 dias em Paris, na França, ganhou novos desdobramentos. Logo após a denúncia, o atacante negou a acusação, afirmando que a relação sexual foi consentida, reforçando as palavras do seu pai. No último dia 21, uma semana após o encontro com o jogador, a denunciante procurou um gastroenterologista no Brasil se queixando de "dor em região epigástrica, após episódio de estresse emocional", segundo laudo médico divulgado pelo "Jornal Nacional" desta segunda-feira (3). O documento indica ainda "hematomas e arranhadura nos glúteos tipo digitais". O responsável pelo atendimento à jovem assinala "distúrbio estomacal, transtorno ansioso e depressivo e traumatismos superficiais não especificados".
O "JN" divulgou ainda uma suposta troca de mensagens que teria ocorrida entre um advogado e a jovem enviada pela advogada dela. Nessas conversas, ela teria manifestado interesse em denunciar Neymar, defendido pela irmã, Rafaella Santos. "Por que a gente não joga logo na mídia para acabar com a carreira desse pipoqueiro logo de vez? Ele me espancou e me estuprou", diz uma mensagem atribuída à denunciante. "Eu devia ter matado ele quando tive a chance", completa. Em outro momento da conversa, a garota teria escrito que poderia recorrer a uma facção criminosa. Durante toda a conversa, o advogado indica para a denunciante que a melhor decisão era fazer um acordo com o atacante e a aconselhou a não divulgar um vídeo do encontro dela com o jogador, algo que não ocorreu até agora.
O advogado com quem a jovem trocou mensagens disse ao "Jornal Nacional" o motivo de ter abandonado o caso, confirmando ainda o teor da conversa com ela. "Fui contra qualquer medida bombástica. E até que chegou em um momento, de forma mais dura, ela ter me acusado a minha ética, né, o profissionalismo a respeito do que eu estaria fazendo", iniciou. "Então, por essa questão de que eu não me senti mais à vontade de representá-la. Não faria mais sentido", acrescentou. Em entrevista ao "Aqui na Band", o pai de Neymar voltou a defender o filho e confirmou ter havido um encontro dos advogados do jogador com o então representante da denunciante. Ele disse ainda ter preservado a identidade da jovem e que prefere ver o filho ser enquadrado em crime de internet na comparação com um de estupro.
Em carta, o escritório de advocacia que representava a denunciante explica o motivo da saída do advogado do caso. "No dia 31 de maio de 2019, registrou um boletim de ocorrência no qual capitulou o fato ocorrido como 'estupro', ou seja, alegação totalmente dissociada dos fatos descritos por você aos nossos sócios, já que sempre afirmou que a relação mantida com Neymar Jr. foi consensual, mas que durante o ato ele havia se tornado uma pessoa violenta, agredindo-a, sendo esse o fato típico central (agressão) pelo qual ele deveria ser responsabilizado civil e criminalmente", inicia. "Por raiva ou vingança, Vossa Senhoria relatou no B.O. registrado em 31 de maio de 2019 fatos descritos em desacordo com a realidade manifestada aos seus patronos, ou seja, compareceu à delegacia, relatando que teria sido vítima de estupro, quando, na realidade que nos foi demonstrada e ratificada por várias vezes, Vossa Senhoria teria sido vítima de agressões", completa.
O jogador negou a acusação e exibiu em rede social conversas que teve com a garota através de aplicativo de troca de mensagens, apagando o vídeo na sequência depois que a Polícia Civil abriu uma investigação. O Código Penal prevê punição para quem divulga imagens de nudez sem o aval do outro. Nessas mensagens, em nenhum momento a jovem se queixa de Neymar e ainda chega a pedir um presente para o seu filho, fã do atleta. O depoimento do atleta do PSG e da Seleção brasileira deve ocorrer na sexta-feira (7), mas a CBF quer o adiamento por conta da preparação de Neymar para amistoso contra Honduras, visando a Copa América.
(Por Guilherme Guidorizzi)