Nova reviravolta na queda de braço judicial que a revista "Playboy" e a empresa NR Sports, de Neymar, vêm travando. O Tribunal de Justiça de São Paulo cassou no início da noite desta quinta-feira (03) a liminar que mandava recolher das bancas todos os exemplares da edição de junho da publicação masculina, que traz o ensaio nu com Patrícia Jordane.
O desembargador Rui Cascaldi, da 1ª Câmara de Direito Privado, assina a decisão. "A análise da questão deve levar em conta outras premissas, como o amplo acesso à informação e a liberdade de imprensa", escreveu o magistrado.
"Vê-se que o nome do jogador foi utilizado de forma subsidiária na revista e relacionou-se ao fato que já foi amplamente divulgado em momento anterior, de seu affair com a modelo retratada na capa. Além disso, o destaque principal da edição foi dado à própria modelo que posou para a revista e, não, ao jogador. (...) Isto posto, defiro o efeito suspensivo ao recurso", completou.
Em entrevista ao Purepeople, o advogado Alexandre Fidalgo, que defende a Editora Abril, pontua que a decisão da NR Sports de pedir o recolhimento das revistas com Patrícia Jordane na capa pode ser encarada como um "ato de censura".
"O argumento de que a revista publicou uma inverdade e por isso deve ser recolhida é a mesma coisa que um político não querer que o nome dele seja veiculado a uma matéria jornalística de denúncia. No estado democrático, devemos preservar a liberdade de expressão e, não, cassar a palavra", diz ele.
Para Fidalgo, ao contrário do que foi alegado pela NR Sports, a "Playboy" não utilizou em nenhum momento a marca Neymar. "Utilizamos uma informação pública, de uma pessoa pública, num contexto informativo. Foi o mesmo que citar Bruna Marquezine como a namorada de Neymar. Só explicamos quem é a Patrícia Jordane", defende-se.
Desdobramentos
A decisão desta quinta-feira ainda cabe recurso. Purepeople entrou em contato com a empresa de Neymar, mas não obteve retorno. A disputa entre a "Playboy" e a NR Sports, no entanto, deve perder força na mídia porque, na semana que vem, já chegará às bancas a capa de julho da revista, com o ensaio nu da ex-BBB Vanessa Mesquita.
Vale ressaltar que a briga entre as partes se restringe ao Brasil. No exterior, o ensaio nu de Patrícia Jordane já vem sendo lançado normalmente. Isso acontece porque as decisões judiciais divulgadas até então só possuem validade em território nacional.
A polêmica envolvendo o ensaio de Patrícia Jordane começou porque, na capa, a modelo é citada como "a morena que encantou Neymar", referindo-se ao rápido affair que os dois tiveram no Réveillon de 2013. A NR Sports entrou com a ação porque "a editora, além de divulgar uma mentira sobre a vida pessoal do Neymar Jr., utilizou indevidamente o seu nome, ou seja, sem a autorização".
Em sua defesa, Sérgio Xavier, diretor de redação da revista, garantiu em entrevista ao Purepeople que Neymar sabia da chamada. "Falamos com a assessoria dele antes de fazer o ensaio e foi nos dado o ok".
Patrícia, no entanto, quando assinou contrato para posar nua, deu a entender no Instagram que a chamada seria outra. "Depois de muita especulação, venho confirmar que serei a capa da revista 'Playboy' de junho, como a 'Musa Oficial da Copa do Mundo'", escreveu ela, na ocasião.
(Por Anderson Dezan)