Diretor geral da novela "Além da Ilusão", Luiz Henrique Rios afirmou que a nova trama das seis terá um terço de seu elenco composto por atores negros. E que esses artistas ficarão responsáveis por papéis importantes na história de Alessandra Poggi, que estreia dia 7. Uma dessas tramas envolvem a professora Letícia (Maria Luiza Galhano/Larissa Nunes) e seu noivo, Bento (Pedro Guilherme Rodrigues/Matheus Dias).
Em conversa com a imprensa, Luiz Henrique avaliou às críticas feitas na web quando foi divulgada a primeira chamada de elenco, trazendo praticamente só atores brancos, a exceção de Gaby Amarantos, intérprete da Emília. "A gente é muito tocado pela questão étnico-racial no Brasil. Essa é só a primeira chamada. Vamos ter três e essa novela é de representatividade, sim!", frisa o diretor.
"A gente fez um trabalho não só de ter atores negros, como também de construir personagens para ter essa representatividade. Temos um médico que é negro, um delegado negro, uma cantora negra", lista Luiz Henrique sobre a novela que gira sua história em torno do mágico Davi (Rafael Vitti) que após 10 anos preso foge da cadeia, assume outra identidade e se apaixona por Isadora (Sophia Budke/Larissa Manoela), irmã de Elisa (Larissa Manoela), cuja morte provoca sua prisão.
Segundo Luiz Henrique, a grande virada de "Além da Ilusão" ocorre na segunda fase. "São dois universos. O primeiro é rural com uma história bem mais fechada com menos atores. E na segunda, temos famílias ricas e uma grande fábrica. Nessa fábrica, muitas famílias e nessas famílias, algumas são negras e outras inter-raciais", explica o responsável pela novela que marca o primeiro vilão de Danilo Mesquita.
"A gente tem pouco mais de um terço de atores negros. Gostaríamos de ter mais? Realmente a época nos dificulta aumentar o processo de representatividade a partir da história central que foi construída. Mas tem uma grande área da história que é mais popular e ali tem uma grande representatividade negra. E a gente tomou cuidado de construir personagens que possam erguer positividade, essa nova imagem desse país, que a gente tanto sonha e deseja", completa.
Luiz Henrique Rios lembra ainda que por trás das câmeras a representatividade também existe através de diretores e cenógrafos. Autora da novela, Alessandra Poggi faz coro. "A gente está fazendo uma novela que se passa nos anos 1940, mas com a cabeça de hoje. Então há uma preocupação em contemplar agendas atuais como a da negritude", afirma.
"Eu conto no meu time com consultores (o escritor Nei Lopes e o filósofo Renato Nogueira) que leem os capítulos e fazem sugestões e observações importantes para que a gente possa encaminhar esses personagens da melhor forma possível", completa a novelista, que descartou semelhança entre sua trama e "Um Lugar ao Sol".