Biografia
- Nascimento : 22 de janeiro de 1943, Rio de Janeiro
- Morte : 5 de dezembro de 2015 (72 Anos)
- Signo : Aquário
- País : Brasil
Marília Soares Pêra é o nome de batismo da atriz, cantora, bailarina e diretora brasileira conhecida simplesmente como Marília Pêra. Filha, neta e sobrinha de atores, conheceu os palcos aos 19 dias de vida, quando uma atriz que era amiga de sua mãe a pegou "emprestada" para uma peça que precisavam de um bebê. Morreu aos 72 anos no Rio de Janeiro, em 05 de dezembro de 2015, vítima de um câncer.
Foi aos 4 anos que ela estreou como atriz, na Companhia de Henriette Morineau, vivendo uma das filhas de Medéia na peça homônima de Eurípedes. Os seus pais, Manoel Pêra e Dinorah Marzullo, também integravam o elenco.
Marília tem no extenso currículo mais de 50 peças, aproximadamente 30 filmes e 40 novelas, minisséries e programas de televisão.
Quando estreou profissionalmente, começou a estudar piano. Dos 14 aos 21 anos, atuou como bailarina em musicais e revistas como "Minha Querida Lady" (1962), estrelado por Bibi Ferreira, e "O Teu Cabelo Não Nega" (1963), interpretando Carmen Miranda. Graças a Manoel Pêra que foi incentivada a estudar balé clássico e seguiu para a televisão, para dançar, na TV Tupi.
Em 1959, largou os estudos para se casar com o ator Paulo Graça Mello. Dois anos depois, aos 18 anos, viajou por Brasil e Portugal com a peça "Society em Baby-Doll", de Henrique Pongetti. Em 1962, estrelou o musical "Como Vencer na Vida sem Fazer Força", de Abe Burrows, Jack Wienstock e Willie Gilbert.
Já separada de Paulo Graça Mello, em 1965 foi contratada pelo diretor Abdon Torres para fazer parte do elenco que iria inaugurar a TV Globo. Protagonizou as novelas "Rosinha do Sobrado" e "Padre Tião", ambas de Moisés Weltman. Atuou também em "A Moreninha", adaptação assinada pelo ex-sogro, Graça Mello, então diretor da emissora.
De 1965 e 1968, estrelou as peças "Onde Canta o Sabiá", "Se Correr o Bicho Pega", "A Ópera dos Três Vinténs", "A Megera Domada", "O Barbeiro de Sevilha" e "Roda Viva". Também atuou na novela "Beto Rockfeller" (1968), na TV Tupi, um marco da teledramaturgia brasileira.
A atriz voltou para a TV Globo a convite do diretor Daniel Filho em 1971, para viver Shirley Sexy em "O Cafona", de Bráulio Pedroso, papel que lhe deu muita popularidade ao lado de Francisco Cuoco, seu par na trama. Em seguinte, atuou em "Bandeira 2", como a taxista Noeli. Fez ainda "Uma Rosa com Amor", como Serafina Rosa Petrone, e em seguida viveu a personagem-título da novela "Supermanoela" (1974). Depois disso, se afastou das telenovelas por um período.
Em 1982, fez Alice, da minissérie "Quem Ama não Mata". Após 13 anos afastada das telenovelas, voltou em "Brega & Chique" (1987) como Rafaela Alvaray. A atriz declarou em entrevista ao "Memória Globo" que foi a novela que mais gostou de fazer.
Na minissérie "O Primo Basílio" (1988), adaptação do romance de Eça de Queiroz, ela foi a vilã Juliana. Trabalhou ainda em duas novelas de Ricardo Linhares na TV Globo: "Lua Cheia de Amor" (1991) e "Meu Bem Querer" (1998). Já na TV Bandeirantes, atuou em "O Campeão" (1982), também de Linhares, e na Manchete fez "Mandacaru" (1997).
Em 2001, a atriz fez uma participação na minissérie "Os Maias". Fez ainda a personagem Janis, uma avó doidona na novela "Começar de Novo" (2004), e a interesseira Milu em "Cobras & Lagartos" (2006).
Em 2007, ela fez par com Stênio Garcia em "Duas Caras", de Aguinaldo Silva. Atuou no remake de Ti-Ti-Ti (2011) e depois fez a dona de uma revista de fofocas no seriado "A Vida Alheia" (2010). Atuou ainda no filme "Polaróides Urbanos" (2008), que marcou a estreia de Miguel Falabella como diretor de cinema. Em 2011, fez a trama "Aquele Beijo" (2011). No ano de 2013, Marília passou a interpretar a Darlene no seriado de humor "Pé na Cova".
Marília também se destaca no cinema. Entre os trabalhos estrelados pela atriz estão os filmes "Pixote, a Lei do mais Fraco" (1980), "Bar Esperança" (1983), "Anjos da Noite" (1986), "Dias Melhores Virão" (1988), "Tieta do Agreste" (1995), "Central do Brasil" (1996), "O Viajante" (1998).
Voltou a interpretar Carmen Miranda no espetáculo "A Pequena Notável" (1966); em "A Tribute to Carmen Miranda", no Lincoln Center, em Nova York (1975); em "A Pêra da Carmem", em 1986 e em 1995; e no musical "Marília Pêra canta Carmen Miranda" (2005). Interpretou Dalva de Oliveira no musical "A Estrela Dalva" (1987); Maria Callas, na peça "Master Class" (1996), a estilista Coco Chanel na peça "Mademoiselle Chanel" (2004) e a ex-primeira dama do Brasil Sarah Kubitschek na minissérie "JK" (2006), na TV Globo.
A atriz foi casada com o ator Paulo Graça Mello de 1960 a 1962, com quem teve um filho, Ricardo Graça Mello, e com o produtor musical Nelson Motta, de 1972 a 1987, pai de suas duas filhas, Esperança Motta, Nina Morena. Foi casada até o fim da vida com o economista Bruno Faria, desde 1998.