Cinco anos após o lançamento do filme que dividiu opiniões, a história de Hebe Camargo será contada em um documentário produzido pelo +SBT, plataforma de streaming da emissora da família Abravanel. A produção chega à ferramenta na íntegra na quinta-feira (19), dez dias antes de a morte da apresentadora completar 12 anos.
O documentário se debruça sobre a carreira da rainha da televisão, mas, também, traz depoimentos sobre a intimidade da artista. O diretor Nilton Travesso revelou uma situação tensa que Hebe viveu ao desabafar sobre uma das crises de ciúme de Décio Capuano, primeiro marido e pai do único filho da estrela.
"Uma vez ela veio [falando] 'aquele maldito, por que ele faz isso para mim?' e, 'pá' [deu um murro na porta]... Fincou. O [anel] solitário entrou no batente e nós não conseguíamos tirar a mão dela. Fui buscar uma chave de fenda e devagarzinho fui lascando em volta do solitário e tirei a mão dela", relembra Nilton.
O diretor ainda contou que Décio chegou a exigir que Hebe desistisse da carreira na TV. "[Ela disse] 'Eu preciso de um microfone para me comunicar com as pessoas. Preciso disso, senão eu vou morrer'", dividiu o amigo.
No segundo casamento, com Lélio Ravagnani, Hebe também sofria com os ciúmes do marido. O filho, Marcello, no entanto, explica: "A grande diferença do Lélio para o meu pai é que ele era extremamente orgulhoso da Hebe artista. Ele tinha ciúmes da Hebe mulher, porque minha mãe era muito bonita, muito assediada das pessoas quererem chegar perto dela. Mas jamais da Hebe artista".
Segundo nota do SBT enviada à imprensa, "Hebe, A Cara da Coragem" recebeu este nome porque celebra, além da carreira, "a coragem e determinação da apresentadora em abrir caminhos e inspirar gerações de mulheres" e fará o público "entender como ela foi uma mulher empoderada, à frente de seu tempo".
"Naquela época as mulheres não eram como hoje. Havia um preconceito muito grande. E uma mulher, bonita, cantora, vai ser apresentadora? As pessoas até chegaram a duvidar um pouco", relembra Carlos Alberto de Nóbrega. "Ela não tinha papas na língua. Muitas vezes a linguagem dela beirava o proibido na época. Ela avançava. Assisti a atos de coragem da Hebe muito significativos", ressalta Boris Casoy. "Ela matava a cobra e mostrava o porrete", brinca Nany People.