Wesley Safadão rebateu as críticas após vender quatro mil ingressos em cinco minutos para o seu primeiro show presencial após o início do período de quarentena, que começou há mais de oito meses. A apresentação será no estádio Arenas das Dunas, em Natal, no Rio Grande do Norte, neste sábado (21) e vai seguir protocolo de segurança da OMS. O público presente estará em mesas, separadas por setores, haverá distanciamento de dois metros e ninguém ficará em pé -nesse quesito, o show será diferente daquele que Maiara e Maraisa fizeram no Paraná, quando foram às lágrimas.
Em sua defesa, o forrozeiro lembrou que o setor de entretenimento ainda não conseguiu retomar as atividades desde março. "Bares voltaram, shopping voltou. Tudo voltou a funcionar. E eu não acredito que as pessoas só peguem Covid depois de 20h, 22h. Só peguem nos shows", disse ao site "Splash" Wesley, que recorreu às lives durante esse período - em uma delas, acabou confundindo uma lata de cerveja com microfone.
Adepto da harmonização facial, o intérprete de "Romance com Safadeza" argumentou ainda que passou a cogitar no retorno dos shows presenciais após notar desde o feriado de 7 de Setembro, Independência do Brasil, praias lotadas. Para ele, as pessoas que moram no país ligaram o "dane-se" pois passaram a entender que vão contrair a Covid-19 de qualquer forma, o que ocorreu com ele há três meses.
Até o final desta manhã (18), mais de 5.910 milhões de pessoas que moram no país já contraíram a doença e aproximadamente 166.700 mil vieram à óbito - mais de 5.361 milhões se recuperaram. O Brasil é o terceiro pais com maior número de infectados, atrás apenas de EUA e Índia e o segundo no número de mortes, só perdendo para o vizinho americano.
Safadão lembrou ainda que a equipe dos shows é a mais atingida. "A nossa classe artística, e aqui não falo só por mim, mas os grandes artistas do país, conseguem outras fontes de renda. Quem está sendo muito prejudicado são os artistas menores, é o cara do palco, do som, da luz, do banheiro químico, da limpeza e os produtores de evento que só vivem disso", alegou o pai de Ysis, Dom e Yhudy, meninos comparados um ao outro pela semelhança física.
O forrozeiro voltou ao assunto da aglomeração citando que em outros locais o movimento já é parecido àquele anterior a março. "A gente não pode ser privado, por isso levantei essa bandeira. Não quero ser o salvador da pátria, mas não estou fazendo só por mim. Eu tinha até opção de ficar quieto e não levar críticas. As pessoas perguntam: 'Achou a cura?' Eu digo: Nos shoppings acharam a cura? E nos aviões? E na praia?", questionou.
Por fim lembrou que um show dele na Arenas das Dunas já recebeu 20 mil pessoas - um quinto do público previsto para este final de semana - e que vai se apresentar em São Paulo no mês que vem também para menos pessoas do que o normal. "Não somos loucos, vamos seguir as regras, vai ter distanciamento. Tenho certeza que tem como voltarem os shows", finalizou.
(por Guilherme Guidorizzi)