A novela "Gênesis" marca o retorno de Julianne Trevisol à Record TV após sete anos. No folhetim bíblico dividido em sete fases, a atriz dá vida à vilã Nidana, que atormenta Amat (Branca Messina), mulher de Terá (Angelo Paes Leme), chegando a denunciá-la por ter se livrado da imagem de um ídolo da cidade de Ur. Ao Purepeople, Julianne descarta que o tempo irá trazer uma transformação positiva à sua personagem. "A Nidana começará a ficar cada vez mais revoltada com toda a situação que a cerca, e com o passar dos anos, o sentimento aumentará e a tendência é piorar", avalia.
"Então, sim, ela não desempenhará um papel de boa moça, muito pelo contrário, espere por uma mulher amargurada", promete, indicando um ponto positivo da megera. "Mas, apesar de tudo, Nidana é uma menina feliz daquele lugar, por vezes, até divertida. Entretanto, ambiciosa demais, que é o que a torna vilã!", pondera Julianne, explicando uma causa da vilania.
"Ela quer sempre o que não pode conquistar, e quando vê Amat chegando e conseguindo o que a mesma sempre desejou - antes dela, começará a trapacear", explica a carioca que buscou em referências históricas para compor sua personagem, filha de Aya (Flávia Monteiro) e mãe de Reduana (Tammy Di Calafiori, na juventude).
E a namorada do músico Amon Lima descarta comparação da atual vilã com Rita, a megera que interpretou em "Vidas em Jogo" (2011). "Apesar das duas serem vilãs, são personagens completamente diferentes. A Rita sempre foi a protagonista 'mocinha da novela', e apenas no último mês de gravação, a direção decidiu que ela viraria a vilã. Então, houve todo um processo, no qual precisei rever o histórico que eu tinha construído sobre ela, uma mulher sofredora que tinha passado por estupro, problemas com os pais e diversas situações, para que pudesse interpretá-la como a 'Rita má'", aponta.
"A Nidana, desde o início, se mostrou uma mulher ambiciosa e com um desvio de caráter, não sendo uma boa filha, uma boa irmã (para Danina, de Laura Kuczynski) e nem uma boa mãe. Ela aparenta ser uma pessoa feliz, mas não respeita a crença dos outros, e quando se sente ameaçada, desperta uma enorme inveja, aproveitando de todas as possibilidades e trapaças para conseguir o que deseja custe o que custar", prossegue.
"Ou seja, a Nidana é uma mulher mais dura, nada sensível. Já a Rita era uma menina doce e sonhadora. Realmente, a Rita e a Nidana possuem perfis distintos, incluindo até mesmo estilo, voz, tom, caracterização e composição", afirma ela, que para o papel atuou voltou a colocar aplique no cabelo, procedimento a cargo de Nelma Véo. "Nem demorei a me acostumar com o aplique, porque já precisei usar outras vezes e acabei me familiarizando", garante.
Julianne recorda ter gravado praticamente todas as suas cenas antes da interrupção dos trabalhos por conta da pandemia da Covid-19. "Tinha feito 75% das minhas cenas, no auge de tudo. No período em que fiquei longe dos estúdios, aproveitei para ensaiar a minha personagem, relembrar momentos e curtir os trabalhos que foram reprisados, como a novela 'Mutantes' e 'Totalmente Demais'", lembra.
"Também tive a oportunidade de me rever em outras composições, interpretando outros personagens...", relata. E o tempo livre rendeu ainda outras atividades para a atriz. "Estudei línguas e cursos de dramaturgia online, sempre buscando me familiarizar. Além disso, pude aprimorar minhas técnicas gastronômicas, cozinhando bastante durante a quarentena (risos)", enumera.
E cerca de sete meses depois se reencontrou com sua Nidana. "Confesso que achei estranho interpretá-la depois de tanto tempo sem gravar, precisei dar uma lembrada (risos), tentando costurar uma cena com a outra, e no fim, deu certo", comemora, elogiando os protocolos de segurança adotados pela emissora paulista, que incluem os testes com frequência. Posso dizer que recebemos todo suporte e cuidado necessário para poder voltar às gravações", frisa.
(por Guilherme Guidorizzi)