A maior semana de moda nacional, o São Paulo Fashion Week chega ao fim na sexta-feira (26) e vem trazendo as principais trends das passarelas. A pegada sustentável, por exemplo, é assunto em pauta desde o primeiro dia do evento e traz novas formas de pensar o consumo. É com base nisso que escolhemos 10 looks em diversos estilos, mas que se mostram além das tendências desta ou da próxima temporada e que prometem durar por muitos anos no seu closet.
As marcas Beira, Gloria Coelho e Osklen apostam, cada uma em seu estilo, num minimalismo que supera a efemeridade da moda. Despojada, a Beira aposta numa moda sem gênero e atemporal e fez um desfile todo com peças em off white e sem muitos detalhes. Muito mais do que tendência, a marca coloca em sua passarela uma postura de vida. O mesmo faz a Osklen ao investir na sustentabilidade como força motivadora de suas criações. Além de as peças serem produzidas de forma responsável, elas têm, também, um outro caráter que garante que sejam ainda mais "ecológicas": a sua durabilidade. Com um perfil menos casual, Gloria Coelho também aposta numa moda mais atemporal e trouxe para sua passarela nessa temporada looks que se mostram versáteis e acima do que é tendência.
Nem só de minimalismo, no entanto, vivem os looks duráveis. A BobStore, por exemplo, escolheu uma pegada western para mostrar uma coleção que tem mais a ver com gosto do que com a trend em si. O destaque é um vestido chemise feito em couro que, certamente, fará o investimento valer a pena. O couro é, também, a matéria-prima de Patricia Viera que traz looks que são verdadeiros investimentos fashion.
O projeto Top 5, uma parceria do São Paulo Fashion Week com o Sebrae, leva novos talentos de todos os cantos do país para a maior semana de moda do país e tem foco em uma cadeia produtiva sustentável para pensar o futuro da moda. Nesta edição a mineira LED, do designer Célio Dias, se destacou pela proposta sem gênero e sustentável que sua grife propõe. "O desfile trouxe o nordeste como inspiração e teve o objetivo de falar de representatividade e desmistificar a figura do 'cabra macho'", conta Célio. A marca, que nasceu sem gênero ("um assunto já ultrapassado", acredita Célio) trabalha com cores vibrantes desde o início e, segundo Célio, busca traçar um mix de tecnologia com artesanato, sobretudo com o crochê. "Entendo que consegui dar uma cara contemporânea para esse trabalho que, muitas vezes, é considerado vintage. Célio, que se destacou na semana de moda também por usar uma t-shirt com o dizer "Ele não" para sua entrada final na passarela, conta que o posicionamento "em prol da humanidade e da empatia", está no DNA da marca que consegue crescer levantando essa bandeira. "Não é simplesmente uma questão política, mas humana", diz. Em alta nesta temporada, o crochê também apareceu na coleção da designer Karine Fouvry, que apostou em um desfile todo artesanal com looks em off white que remetem, também, ao nordeste e, sobretudo, à contribuição africana na cultura nordestina.