Com a ajuda da tecnologia, inovações relacionadas a protetores solares permitiram a criação de diferentes tipos de bloqueadores, incluindo um específico para o cabelo e outro em cápsula que deve ser ingerido, mas será que eles realmente funcionam? Quando o assunto é sobre o filtro solar que já vem com cor, a dermatologista Juliana Jordão esclarece a dúvida em entrevista para o Purepeople, além de explicar a diferença da proteção entre aqueles que são fabricados com pigmento e os que são brancos ou transparentes. "O protetor com cor de fato protege melhor a pele do que o que não contém pigmento", aponta a especialista.
O uso de bloqueadores é essencial até mesmo durante o inverno e optar por um que tenha uma tonalidade parecida com a sua cor da pele pode melhorar a proteção. "O pigmento proporciona uma barreira física, então, além da proteção química, que o protetor já tem, o fato de se adicionar pigmento torna ele um protetor com uma barreira física associada", declara a profissional ao informar: "Quanto maior a concentração de pigmento e maior a cobertura do produto, maior a proteção física que ele vai proporcionar." Para isso, é importante verificar certas características, principalmente quando for uma maquiagem que contém fator de proteção solar. Ela precisa defender a pele dos raios UVA e UVB, pois diminui a proteção quando não combate esses tipos de raios solares. "É importante ficar atento à proteção química, que é o que é estabelecido pelo FPS e que é a proteção contra a radiação ultravioleta", comenta a dermatologista ao contar: "Alguns protegem contra luz visível e, se possível, usar aquele com base que dê uma cobertura boa. Filtros com uma base mais fina e quase transparentes têm uma concentração menor de partículas de pigmento e, consequentemente, oferecem uma proteção física menos eficiente."
Por ter uma pegada parecida com a da maquiagem, é importante cuidar da pele após o uso. "O uso do pigmento não prejudica em nada a pele, mas precisa ser removido com a rotina de higiene normal seguida pelo paciente", descreve a especialista ao orientar: "De nada adianta pegar um filtro em pó e passar uma camada fina com pincel. O certo é usar a esponja que vem com o produto, no caso de um pancake ou pó, e fazer uma boa cobertura de toda a área." Já para produtos líquidos, a recomendação é outra. "A base mais cremosa, que não vem com esponja, precisa de uma camada que seja suficiente para deixar o paciente confortável sem oleosidade, mas que também dê uma boa cobertura para gerar uma proteção melhor", aconselha Juliana ao indicar: "É importante lembrar que os filtros com base também precisam de reaplicação normal a cada duas horas se for se expor ao sol, ou no mínimo 3 vezes ao dia se for ficar em ambiente fechado."
Alguns problemas com pigmentação da pele podem ser amenizadas com a ajuda desse tipo de protetor solar. "Para os pacientes que querem se proteger da piora de manchas como o melasma, o ideal é de fato usar protetor com base", conta a especialista ao justificar: "A barreira física ajuda na proteção contra a radiação ultravioleta, mas também ajuda na proteção contra a luz visível, que é a luz branca de computador e celular, e um dos maiores vilões para quem convive com manchas na pele." Além disso, pessoas outras desordens pigmentares podem se beneficiar com o uso. "O paciente com tendência a câncer de pele também, porque tem uma proteção adicional", revela a profissional ao concluir: "Mas enfatizamos a necessidade do protetor com pigmento especialmente para os pacientes que têm melasma ou outros tipos de manchas como vitiligo."
(Por Fernanda Casagrande)