Taylor Swift está novamente envolvida em polêmica. Destaque na premiação do VMA 2015, a cantora lançou o novo clipe, "Wildest Dreams" ("Sonhos Selvagens"), uma das faixas do álbum "1989", durante a premiação da MTV norte-americana. As filmagens foram realizadas no continente africano e o clipe se tornou alvo de uma polêmica internacional, com direito a acusações de haver racismo na produção. A maioria das críticas aponta que não há negros em nenhuma das sequências, somente brancos e animais selvagens.
O clipe tem a direção de Joseph Kahn, que trabalhou com Taylor nas produções de "Blank Space" e do também polêmico videoclipe "Bad Blood". A repercussão acerca de racismo foi tão grande, que o diretor redigiu um comunicado à imprensa para mostrar repúdio às acusações.
"'Wildest Dreams' é uma canção sobre uma relacionamento condenado, e o conceito do clipe era que eles estavam tendo um caso de amor em um local longe de suas vidas normais. Este não é um vídeo sobre o colonialismo, mas uma história de amor em set de filmagens na África, na década de 1950", explicou. (Veja o comunicado, na íntegra, no fim da matéria).
Imprensa internacional detonou o clipe de Taylor Swift
A jornalista Lauren Duca, do "Huffington Post", afirmou que o vídeo veicula "um colonialismo selvagem". E continuou: "Ao invés da apropriação cultural que virou quase um status quo na música pop atual, Swift escolheu a opção mais ousada de, na verdade, apenas encarnar a política de exploração de uma região e de suas pessoas".
Além de Duca, a jornalista Madeleine Davies apontou: "Curiosamente, não há uma pessoa negra à vista". Já um artigo da revista "Fader" também trazia uma reflexão sobre o assunto: "Taylor Swift foi para a África filmar um clipe e só há brancos nele".
O vídeo tem a participação do ator Scott Eastwood, filho do ator e cineasta Clint Eastwood, e já passou a marca de 20 milhões de visualizações no canal oficial da cantora que já foi considerada a mais sexy do mundo. Apesar de se manifestar nas redes sociais quando está envolvida em polêmicas, desta vez, Swift não se pronunciou.
Comunicado do diretor Joseph kahn sobre as acusações de racismo em clipe:
"Wildest Dreams" é uma canção sobre uma relacionamento condenado, e o conceito do clipe era que eles estavam tendo um caso de amor em um local longe de suas vidas normais. Este não é um vídeo sobre o colonialismo, mas uma história de amor em set de filmagens na África, na década de 1950. Há negros africanos no vídeo em uma série de cenas, mas eu raramente mostro os rostos da equipe pois a grande maioria do tempo de cena é de Taylor e Scott.
O vídeo é baseado em romances de Hollywood clássicos como Elizabeth Taylor e Richard Burton, bem como filmes clássicos como "Uma Aventura na África", "Entre Dois Amores" e "O Paciente Inglês", para citar alguns.
A realidade não é apenas que tinha pessoas de cor no vídeo, mas os principais produtores criativos que trabalharam neste vídeo são pessoas de cor. Eu sou asiático, a produtora Jil Hardin é uma mulher afroamericana, e o editor Chancler Haynes é um homem afroamericano. Nós lançamos e editamos este vídeo. Decidimos coletivamente que teria sido historicamente impreciso carregar o elenco com mais atores negros, pois o vídeo teria sido acusado de reescrever a história. Este vídeo apresenta o passado por um grupo do presente e estamos todos orgulhosos do nosso trabalho.
Não há nenhuma agenda política no vídeo. Nosso único objetivo era contar uma história de amor trágica na iconografia clássica de Hollywood. Além disso, este vídeo tem sido apontado, mas tem muitos vídeos de música que descrevem a África. Estes vídeos tradicionalmente não têm sido lições de história africana. Não vamos esquecer que Taylor decidiu doar todos os seus rendimentos deste vídeo para a African Parks Foundation para preservar os animais em extinção do continente e apoiar as economias dos povos africanos locais."
(Por Victor Tavares)