Quem vê Taís Araújo poderosa na TV na série "Mister Brau", interpretando uma das protagonistas ao lado do marido, Lázaro Ramos, nem imagina que por trás de tanto sucesso tem um trabalho exaustivo e muito cansaço. "Foram nove meses sem folga em 2015. Fiquei quatro dias no hospital de tanto que trabalhei. Saí no dia do aniversário de 1 ano da minha filha [Maria Antônia, dia 23 de janeiro]", revelou a artista, que completou 38 anos recentemente, em entrevista ao jornal "O Globo" deste domingo (25).
O episódio aconteceu no início de 2016 e nem por isso tirou a atriz do trabalho durante o ano. Muito pelo contrário. A série emplacou e vai ganhar uma terceira temporada em 2017. Para isso, Taís e Lázaro, casados há 12 anos, estão gravando em ritmo intenso e vão continuar assim até praticamente o último dia do ano, já que seu último dia de trabalho é na sexta-feira, dia 30.
À publicação, Taís, eleita a Mulher do Ano pela revista "GQ", contou um pouco do que vai acontecer com sua personagem e fez uma comparação com sua própria vida: "Michele vai aprender a ser mãe. Com os filhos, ela e Brau vão para outro lugar, terão que se voltar para as próprias dores. Por isso filho é tão transformador, vejo isso na minha vida. Fui obrigada a me voltar para mim, ao que era, lembra a infância que tive...".
'Fazer capa de revista, para mim, é uma atitude política'
Muito consciente de seu papel na sociedade, Taís Araújo garante que depois de ser mãe passou a compreender melhor o que tinha que fazer, inclusive no trabalho. "Comecei muito nova, sem referência artística. Minha mãe é pedagoga e meu pai, economista. Aos 11 eu trabalhava e com 17 já fazia "Xica da Silva" (sua primeira protagonista, na novela da extinta Manchete, em 1996). Minha carreira é próspera de coisas que aconteceram e fui fazendo, mas sem critério. Parece maluquice. Tenho 22 anos de carteira assinada, só de Globo são 20, mas fui atropelada pelos acontecimentos. Só entendi a carreira agora", explicou a também mãe de João Vicente, de 5 anos.
E Taís quebrou vários tabus. Mas nem sempre entendeu muito bem sua importância, mas agora sabe o que quer ver. "Eu me sentia incomodada quando diziam: "É a primeira protagonista [negra], a primeira apresentadora negra (do 'Superbonita', do GNT)". Tinha um pouco de pudor porque achava chato, mas depois fui entender que, na verdade, chato era ver pouca continuidade. Não via uma segunda, uma terceira, uma quarta pessoa ocupando esse espaço. Hoje, encaro isso como trabalho. Fazer capa de revista, para mim, é uma atitude política também. Não quero ser a única, não quero ser exceção".