Maria Júlia Coutinho, a Maju, foi vítima de uma onda de ataques racistas em julho deste ano, pouco tempo após estrear na função de garota do tempo, do "Jornal Nacional". Depois da comoção de famosos em apoio à jornalista, os responsáveis pelos comentários na internet foram localizados. Em uma operação comandada pelo Ministério Público de São Paulo em oito estados, celulares e computadores foram apreendidos e os suspeitos, ouvidos.
Em Sorocaba, interior de São Paulo, um deles, Erico Monteiro dos Santos, negou que o grupo que administra na internet seja racista, mas admitiu os ataques: "O grupo queria ficar famoso e achar uma maneira de propagar a fama fácil, fazendo ataque de racismo", afirmou. Ele chegou a ser preso por armazenar material de pornografia infantil, mas pagou fiança de R$ 1 mil e foi liberado em seguida. A operação também identificou suspeitos em Rio Verde (GO), Manaus (AM) e Fortaleza (CE). Um deles usava um perfil falso, que foi apagado. "Isso não impede de se identificar a localização exata de onde saiu essa mensagem criminosa", explicou o promotor de justiça Manoel Epaminondas.
Recentemente, Maju relembrou os ataques sofridos e falou de sua reação. Ela contou que as ofensas que sofreu também afetaram sua mãe. "Ela se abalou, ficou mal. E eu fechei a porta do quarto e chorei abraçada com o meu marido. Um choro por me sentir também acariciada por milhares de pessoas que se solidarizaram".
Na última semana, a atriz Sheron Menezzes foi mais uma vítima de ataques racistas na internet. Pouco antes, Taís Araújo e Cris Vianna também sofreram com o preconceito na web. "Absolutamente tudo está registrado e será enviado à Polícia Federal. E eu não vou apagar nenhum desses comentários", garantiu a mulher de Lázaro Ramos.
(Por Caroline Moliari)