Começou neste domingo (1/07) a semana de alta-costura de Paris outono/inverno 2018/2019, que tem como foco o que será moda nas próximas temporadas. Os primeiros dias do evento tiveram no line-up grifes tradicionais como Schiaparelli, Dior, que teve estreia recente do novo estilista masculino, e Givenchy, marca que assinou o vestido de noiva de Meghan Markle. Com foco na maestria com que as roupas são produzidas, nesta temporada as grifes optaram pelo tradicionalismo, em looks em que extravagâncias deram lugar à sobriedade, homenageando as expertises dos estilistas que criaram as respectivas marcas.
Atualmente comandada pela diretora criativa britânica Clare Waight Keller, que exaltou Meghan Markle no seu casamento, a grife francesa Givenchy prestou uma homenagem às suas costureiras, profissionais que costumavam ter atuação de braço-direito ao lado do criador da maison, Hubert de Givenchy. O estilista, que assinou alguns dos figurinos mais célebres usados pela diva hollywoodiana Audrey Hepburn, cuja neta esteve no último São Paulo Fashion Week, sempre presou pelo minimalismo e elegância dos looks que criava. Na passarela do inverno 2019 não foi diferente. Com ar mais misterioso e contemporâneo, as peças da coleção primam pela construção impecável, cartela de cores sóbria e peças imunes a modismos.
Já a Dior, grife responsável por um dos looks de Bella Hadid em Cannes, sob comando da italiana Maria Grazia Chiuri, reviveu alguns clássicos da marca, como os vestidos acinturados e o célebre tailleur bar. Mais do que com decorativismo, a feminilidade, tão importante para o próprio Christian Dior, foi celebrada na coleção pelas formas das peças. Com cartelas de cores neutra, a construção das formas, ressaltando a elegância e o corpo da mulher, é o que faz com que as peças sejam preciosas. Dos terninhos e tailleurs com tecidos mais pesados até a fluidez dos longos plissados, tudo na coleção celebra a essência da marca e seu criador.
Mais fantasioso foi o desfile da Schiaparelli. A tradicional maison, criada no início do século XX pela italiana Elsa Schiaparelli, é conhecida por sua aposta no surrealismo e na fantasia, com referência no movimento encabeçado pelo artista Salvador Dali. Algumas de suas marcas registradas, como o rosa-choque e as estampas animais, marcaram presença na coleção de outono/inverno 2018/2019. As cabeças de bichos e o cenário com ar vitoriano complementam o clima de fantasia surrealista do desfile.
(por Deborah Couto)