Muitos telespectadores que acompanham o programa "A Fazenda", da TV Record, sequer conheciam Roy Rossello. Com a recente exposição, ele - que recebeu mandato de prisão por falta de pagamento de pensão alimentícia e, por causa disso, ficou longe do confinamento por 24 horas -, se tornou alvo de curiosidade.
No entanto, o que a grande maioria do público que acompanha "A Fazenda" não deve saber é que, na década de 80, o cantor mal podia andar tranquilo pelas ruas sem ser agarrado por fãs. Há 30 anos, Roy fez um estrondoso sucesso no Brasil como um dos integrantes da boy band porto-riquenha Menudo. O Purepeople, então, ficou curioso para saber por onde andam Robby Rosa, Charlie Massó, Roy, Ray Reyes e Ricky Melendez, mais tarde substituído por Ricky Martin.
Atualmente, todos estão na faixa dos quarenta anos e pouco lembram os performáticos garotos que se remexiam sem medo em coreografias sensuais e levavam as fãs - chamadas "menudetes" - à loucura! Alguns deles se tornaram famosos, mas outros, assim como Roy, ainda tentam um "lugar ao sol" no meio artístico.
Veja em nossa galeria de fotos como estão hoje os ex-integrantes do grupo.
Tsunami
O grupo criado em 1977 pelo produtor Edgardo Díaz, conquistou milhões de fãs adolescentes e chegou a ser chamado de "Beatles da América Latina". O grupo - que cantava canções em espanhol, inglês ou português - chegou ao Brasil em 1984 e já arrebatou o coração de apaixonadas adolescentes. E cada integrante tinha seu próprio fã-clube.
O primeiro álbum lançado no país trazia a música chiclete "Não se Reprima", que foi alçado rapidamente a hit nacional. Do LP, se destacaram ainda as românticas "If You're Not Here" (Se você não está aqui) e "Quiero Ser".
A "menudomania" foi tão grande que a boy band se tornou onipresente em programas de TV - sobretudo no "Viva Noite" (SBT), apresentado por Gugu Liberato, que se tornou uma espécie de padrinho artístico do grupo -, e rádio. Todos disputavam a presença do grupo, que ajudou a alavancar a audiência de várias atrações e mostrou ser uma "máquina de dinheiro". O grupo vendeu 1,5 milhão de discos no país, estampou álbum de figurinhas, embalagens de chiclete e lançou moda com seu visual neon e multicolorido.
O sucesso pôde ser provado quando eles lotaram o estádio do Morumbi, em São Paulo, com 200 mil pessoas. E a grande maioria do públido era composta por pré-adolescentes levadas pelos pais. Até hoje, em entrevistas, Edgar costuma citar o show como um dos mais emblemáticos da carreira do Menudo.
Maioridade
O sucesso do grupo foi diminuindo por causa da estratégia de substituir constantemente os seus integrantes. Os meninos tinham que deixar o grupo antes de completar a maioridade e isso, então, provocava grande comoção entre as fãs. Sem seus ídolos, muitas perdiam o interesse pelo trabalho do Menudo. Ricky Martin, por exemplo, experimentou a rejeição das fãs ao entrar no lugar de Rick Melendez. Mas o jeito "fofo" do cantor de 13 anos, que era muito menor dos que outros integrantes, acabou conquistando as crianças.
Em 1998, Ray Reyes, hoje é produtor musical, criou o projeto "El Reencuentro", em comemoração aos 15 anos do grupo. Dos componentes que gravaram o DVD realizado em um show na cidade de San Juan, em Porto Rico, apenas Charlie, Ray e Rick Melenéz fizeram sucesso no Brasil. O restante do grupo foi formado por ex-integrantes das outras várias formações. A ideia inicial era a de que o grupo excursionasse pelo mundo, mas o Brasil não fez parte do roteiro da turnê.
Resta, então, aos saudosos fãs a lembrança dos meninos bonitos que ousavam no visual ao calças apertadas, jaquetas com ombreiras, headbands e top cropped (quando as blusas curtas que deixam a barriga à mostra ainda não tinham esse nome).