Quase quatro meses depois da sua estreia, "Boogie Oogie" continua "arrasando na pista" com sua trama ágil, cheia de de reviravoltas e muitos barracos. A novela chega ao capítulo 100 nesta quinta-feira (27) e o Purepeople bateu um papo com Rui Vilhena para falar sobre a expectativa para esse momento especial do folhetim e comentar os novos rumos dos personagens. "Eventualmente elas vão mudar", adianta o autor sobre Sandra (Isis Valverde) e Vitória (Bianca Bin).
Ainda que o marco representado pelo capítulo 100 seja tradicionalmente celebrado dentro e fora das tramas pelos autores, elenco e equipe das novelas, no caso de "Boogie Oogie", Rui Vilhena optou por deixar a trama seguir seu curso natural, a fim de não tirar a agilidade da história, que já se tornou uma característica bastante elogiada em sua obra.
"A novela tem um ritmo muito acelerado então decidi não ficar obcecado pelo capítulo 100, porque isso poderia me limitar um pouco, me fazer segurar determinadas informações e não avançar na trama. Por exemplo, tudas essas revelações como a infidelidade de Beatriz (Heloísa Périssé) descoberta por Elísio (Daniel Dantas), o retorno da Carlota (Giulia Gam), etc, são tramas que resolvi não esperar para revelar no capítulo 100 por causa do ritmo, poderia ser prejudicial. Mas, eventualmente também pode haver uma reviravolta ou outra...", comenta o autor.
Sobre ganchos e clichês - o clássico novelão com linguagem renovada
Já no lançamento da novela, Ricardo Waddington fez um elogio a Rui Vilhena ao chamá-lo de "rei do gancho" e de lá para cá o suspense que fica nas cenas finais dos capítulos se tornaram um burburinho nas redes sociais. "O gancho é fundamental, uma novela não sobrevive sem gancho, assim como as séries. O gancho é aquilo que prende o telespectador e desperta a curiosidade de assistir o capítulo seguinte. E isso até gera comentários", explica o dramaturgo.
A tática faz parte da premissa (ou fórmula) dos gêneros que são formadores da telenovela: melodrama e folhetim, que estão muito presentes nesta novela das seis . O que, segundo Vilhena, é completamente intencional: "Quando eu quis fazer 'Boogie Oogie', desde a sinopse, sempre pensei em um novelão, uma novela clássica mesmo, mas vestida de Armani. Eu acho que quando as pessoas querem ver uma novela, elas querem ver uma novela. Percebi que começou a haver um certo afastamento da linguagem do folhetim, por isso resolvi retornar a ele. Uso os clichês todos, mas numa nova linguagem, mais agressiva cáustica e mais antiga, só que com um tempero novo".
A possível inversão de papéis entre Sandra e Vitória
Até a revelação da troca de bebês, a rivalidade entre as duas protagonistas já era acirrada. Sandra tendendo para a mocinha batalhadora e de boa índole e Vitória mais para patricinha fútil que é capaz de tudo para conseguir o que quer. Porém, de agora em diante, com a mudança de famílias, as duas moças nunca mais serão as mesmas, de acordo com o autor.
"As coisas não são tão preto no branco, as pessoas são um produto do meio. A Vitória era um produto daquela casa em que foi criada e a Sandra também. A partir do momento que elas se mudam e passam a conviver cada uma com sua família biológica, passam a reagir de acordo com aquilo as cerca, com os valores e a moral que estão em volta... Sendo assim, podem se tornar um produto daquele meio. Eventualmente elas vão mudar. Não estou dizendo que Sandra vai ficar má e Vitória boa, até porque nesse novo lar elas podem descobrir aquilo que não querem ser. Mas quando você é submetido à uma nova ética, você reage", adianta.
(Por Samyta Nunes)