Roberto Justus voltou atrás sobre os planos de candidatura à presidência da República em 2018. O publicitário vinha conversando com alguns partidos políticos antes de tomar a decisão final após negar, num primeiro momentos, seu interesse em ingressa na política. "Seria uma honra imensa poder liderar esse país. Mas esse sonho se dissolve diante de uma realidade que não se pode ignorar: a dinâmica da política atual é complexa e exige pessoas com um tipo de temperamento muito diferente do meu. Sou transparente e espontâneo até demais. Falo o que penso. Não tenho apetite por engolir sapos ou disposição para abrir mão do que acho certo. Não gosto de 'jeitinho' e conchavos", escreveu ao jornal "Folha de São Paulo", no domingo (29).
No artigo, assinado por ele, o empresário destacou o que o desanimou: "O fato é que o cenário político que temos hoje não favorece os idealistas e os empreendedores. Hoje, só os pragmáticos conseguem resultados porque aceitam fazer concessões e negociam apoio para seus projetos por meio de alianças. A renovação do cenário político fará com que as instituições sejam um melhor reflexo das necessidades do povo. Mas isso ainda vai levar um bom tempo".
Justus recebeu o apoio da mulher, Ana Paula Siebert, quando ainda pensava sobre o assunto. Logo que os planos do artista se tornou público, ele chegou a ganhar memes na internet e ser comparado ao atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. "Hoje, para que um candidato fora do mundo político possa se eleger, ainda precisa se associar a partidos com grande estrutura que, muitas vezes, têm interesses diferentes dos que considero corretos ou prioritários. Além disso, precisa abrir mão de muitas convicções para aceitar as regras do jogo", explicou.
No artigo, Roberto Justus admitiu o receio de não conseguir realizar seus projetos: "Sou um empreendedor, passei a minha vida realizando projetos, motivando pessoas, alcançando objetivos, fazendo acontecer. Por isso, posso dizer com tranquilidade que penso em não concorrer, não por medo de enfrentar uma campanha, mas pela grande possibilidade de, mesmo eleito, acabar não conseguindo espaço para governar de acordo com minha visão".
Citando a candidatura de Trump nos Estados Unidos e de João Dória na prefeitura de São Paulo, o apresentador reforçou seu otimismo. "Provavelmente a vitória de candidatos com perfil de gestor aqui e nos EUA foi o que fez com que as pessoas vissem em mim possível pré-candidato à Presidência. Tudo isso me deixou muito orgulhoso e, confesso, perdi muitas horas de sono pensando se deveria ou não me candidatar. O resultado dessa reflexão, pelos motivos expostos, é que não sou candidato à Presidência".
Antes de desistir da candidatura, o empresário teve ainda o apoio de sua ex-mulher, Ticiane Pinheiro, que afirmou em entrevista que votaria no pai de sua filha, Rafa Justus: "Sim. Votaria! Acho uma pessoa muito integra, decente e não precisa de dinheiro. Ele não faria isso por dinheiro e, sim, para mudar o país".
(Por Priscilla Jucá)