A ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público Federal contra o SBT por causa do comentário feito por Rachel Sheherazade em fevereiro deste ano sobre o caso de um adolescente infrator preso a um poste no Rio de Janeiro deixou a âncora do "SBT Brasil" indignada. Em entrevista ao Purepeople, a jornalista classifica a medida judicial como "descabida" e "absurda".
Na ação, feita após uma denúncia da deputada federal Jandira Feghali (PCdoB/RJ), o MPF pede que o SBT exiba no telejornal uma retratação dos comentários de Rachel, esclarecendo que a postura de violência dos "justiceiros" contra o adolescente infrator não encontra legitimidade legal e constitui uma atividade criminosa ainda mais grave que os crimes de furto praticados pelo jovem agredido.
Se a ação for aceita pelo juiz, o SBT deverá pagar multa de R$ 500 mil por dia em caso de descumprimento e não exibição da retratação. A medida judicial ainda solicita que o SBT seja condenado a pagar R$ 532 mil de indenização por dano moral coletivo, calculada com base nos valores de inserção comercial praticados pelo canal de TV. Confira a entrevista com a âncora do "SBT Brasil":
Purepeople: O que achou da ação? Ainda esperava por ela?
Rachel Sheherazade: Achei a ação do MPF tão descabida quanto as representações movidas contra mim e o SBT por partidos políticos como PT, PSOL e PCdoB. Mas acho que o Ministério Público Federal tem todo direito de propor a ação que julgar necessária. Pode alegar o que achar conveniente em seu pedido, por mais absurdo que me pareça. Porém, a ação ainda precisa ser aceita por um juiz, pois a palavra final é sempre é do judiciário.
Purepeople: Acha que o período eleitoral incentivou de alguma forma a proposta da ação?
RS: Quero muito acreditar que não. Entendo que o MPF seja uma instituição autônoma e apartidária. Não serve a governos, mas à sociedade.
Purepeople: Eles pedem uma retratação no 'SBT Brasil'. Você se sentiria à vontade fazendo isso?
RS: Não. Falar algo por imposição e não por convicção é falso. E sou uma pessoa que prima pela verdade, mesmo as mais duras. Sinceramente, não saberia como defender algo em que não acredito. Mas, se houver uma decisão judicial, terei que cumpri-la como qualquer cidadão de bem.
Purepeople: Seus comentários só devem voltar após as eleições. Sente saudades de emiti-los no telejornal?
RS: Sim, e espero ansiosamente pela volta das opiniões. Tenho muito a falar!
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(Por Anderson Dezan)