Muitas mulheres sonham em colocar silicone por diferentes motivos, sejam eles puramente estéticos ou não. A cirurgia, feita com profissionais especializados e seguindo todas as orientações médicas, é segura e pode ser feita sem medo. No entanto, também é possível ter algum tipo de reação e ser necessário fazer a remoção dessa prótese, também conhecida como explante. Quer saber sobre o assunto? O que é e como funciona o explante? Os riscos que envolvem o procedimento? Em entrevista ao Purepeople, o médico André Maranhão esclarece todas as dúvidas. Aos detalhes!
Famosas e influenciadoras postaram recentemente suas experiências com o silicone e a opção pela cirurgia do explante. Mas, afinal, o que é explante de silicone? "Explante significa a remoção definitiva de implantes de silicone", explica o cirurgião André Maranhão, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e ex-presidente da regional do Rio de Janeiro.
De acordo com o cirurgião, o procedimento de retirada é feito por diferentes razões. Pode ser pela não adaptação aos implantes, por conta de alguma situação infecciosa e, em alguns casos mais raros, por reações inflamatórias ao material e ao "corpo estranho".
Vale ressaltar que não existe problema nenhum em querer colocar silicone, se essa for a sua vontade. "Os implantes de silicone são um caso de sucesso médico na saúde feminina há muitos anos, produzindo bem-estar, através da evolução da autoestima de milhões de mulheres mundo afora", afirma o médico. O problema é quando existem manifestações clínicas indesejadas, que podem ser prejudiciais.
"Raramente, encontramos pacientes que desenvolvem uma síndrome autoimune/inflamatória induzida por adjuvantes (ASIA), que vem a ser um conjunto de sintomas inespecíficos (mialgia, artralgia, fadiga crônica, e alterações neurológicas) que não fecham com nenhum outro diagnóstico, porém melhoram em algum grau com a remoção dos implantes", explica o médico.
Se você precisa ou optou por fazer o explante de silicone, é importante saber os cuidados antes e depois da cirurgia. "Ela se baseia em remoção dos implantes de silicone e realizar a adaptação dos tecidos da mama para tratar a flacidez em excesso que pode ocorrer de acordo com o tecido mamário remanescente e o tamanho dos implantes prévios". O médico também afirma que é possível utilizar a própria gordura da paciente de outras áreas e realizar a lipotransferência para conseguir repor algum volume.
Ainda de acordo com André, explante de silicone não pode ser confundido com modismo ou estar relacionado a algum tipo de quadro depressivo. "O resultado não tem o mesmo padrão de beleza de uma mama não-operada ou com implantes somente. Provavelmente, a paciente irá lidar com incisões maiores e eventual flacidez remanescente". Por isso, informação prévia e suporte profissional são essenciais!
Está certa de que o explante de silicone é a melhor escolha? Optou pelo procedimento? Então saiba que o pós-operatório costuma ser tranquilo, desde que siga direitinho todas as recomendações. "O pós-operatório é comum a uma mamoplastia redutora, com restrições maiores de 20-30 dias sem mobilização exagerada dos braços. São necessários curativos diários e uso de sutiã modelador".
Para acompanhar a cicatrização e o andamento da cirurgia, também são necessárias avaliações semanais e, depois de um mês, esse acompanhamento fica de acordo com a necessidade.
Muitos procedimentos estéticos, incluindo o silicone, podem estar relacionados a problemas de autoestima. No entanto, retirar as próteses, independentemente do motivo, não pode ser uma decisão impulsiva. "Não podemos tratar como uma coisa simples e banal, mas sim como um tratamento cirúrgico que exige uma maior habilidade do Cirurgião Plástico para a adaptação dos tecidos remanescentes", alerta o cirurgião.
Por isso, não custa reforçar: a cirurgia de implante é um dos procedimentos mais seguros do ponto de vista estético, mas, ainda assim, também pode possuir riscos e consequências. Esteja certa e segura do que quer fazer e procure profissionais capacitados para ter os resultados desejados, inclusive se precisar fazer a retirada definitiva das próteses.
(Por Marina Couto)