A série documental 'O Golpista do Tinder' foi lançada no dia 2 de janeiro na Netflix e, em menos de uma semana, já é a única produção do gênero a alcançar o top 10 das produções mais vistas no mundo da plataforma (que também conta com a série "All Of Us Are Dead"). A produção chega como uma leva de documentários que ganharam notoriedade no início do ano.
Na história, Simon Leviev, que na verdade se chama Shimon Hayut, é um israelense que fugiu do país após passar a ser procurado pela polícia local. Na Europa, ele mudou de nome e começou a sustentar uma vida de milionário através de falsas histórias para enganar mulheres.
Com um perfil atraente no Tinder, Simon começava a conversar com as vítimas. O rapaz dizia que era filho do magnata dos diamantes israelense-russo Lev Leviev, dono da LDD Diamonds. Nos primeiros encontros, ele mimava as mulheres com quem saia com jantares caros, viagens em jatos particulares, presentes de todos os tipos.
Passado um tempo, Simon dizia que estava sendo perseguido por inimigos e que, por isso, não poderia usar seus cartões de crédito. Para conseguir dinheiro, ele dizia a sua namorada (que, no caso, eram várias) que precisava que ela pegasse empréstimos que ele devolveria o dinheiro. Isso, claro, nunca aconteceu. Ao longo dos anos de golpe, Simon Leviev chegou a roubar mais de 10 milhões de dólares de suas vítimas.
Com a repercussão do caso, Simon Leviev foi banido do Tinder, aplicativo utilizado até por celebridades em outros países. Em um comunicado à imprensa a empresa do aplicativo de relacionamento enfatizou que o rapaz não consegue ter acesso ao app em nenhum de seus pseudônimos.
"Nós banimos Simon Leviev e qualquer um de seus apelidos conhecidos assim que a história de suas ações se tornou pública em 2019. Ele está permanentemente banido do Tinder. Antes do lançamento do documentário, conduzimos investigações internas adicionais e podemos confirmar que Simon Leviev não está ativo no Tinder sob nenhum de seus pseudônimos conhecidos".
Shimon foi preso entre 2015 e 2017, mas, atualmente, ele está livre. Em 2019, ele também cumpriu cinco meses de prisão em Israel e saiu devido a políticas de esvaziamento de cadeias relacionadas à pandemia do coronavírus.
Shimon também banido de outros aplicativos e sites de relacionamento como: OkCupid, Hinge, PlentyofFish, OurTime, Meetic, Pairs e Match. No Instagram, ele mantinha um perfil ativo e se revoltou quando soube do documentário da Netflix nas estreias de janeiro da plataforma.
"Se eu fosse uma fraude, por que eu iria aparecer na Netflix? Eles deveriam ter me prendido quando ainda estavam filmando. É hora de essas mulheres começarem a dizer a verdade", escreveu ele na rede social. Simon ainda promete contar a história pelo seu ponto de vista. Agora, não é mais possível encontrar o verdadeiro perfil dele no Instagram.
Cecilie Fjellhøy, de 33 anos, é norueguesa e morava em Londres quando conheceu Simon. Ela é a primeira apresentada no documentário. Pernilla Sjoholm, tem 36 anos, é norueguesa e não desenvolveu nenhum relacionamento amoroso com o rapaz, apenas amizade. Juntos, eles já viajaram por diversos países na Europa às custas dos empréstimos de Cecilie (sem Pernilla saber).
Ayleen Charlotte é a terceira mulher apresentada. Ela é a mais nova do grupo, tem 26 anos e conseguiu se vingar de Simon. Quando ele disse que estava sendo perseguido e que precisava de dinheiro, Ayleen já sabia da história divulgada pelo jornal. Então, ela falou que venderia as roupas de grife dele para arrecadar dinheiro para ele. Porém, esse dinheiro nunca foi repassado a ele e serviu como pagamento de uma parte do que ela havia empresado para o golpista. Foi Ayleen também que avisou à polícia a localização exata de Simon em uma de suas prisões.
No ano passado, Pernilla e Cecilie viajaram para Mykonos, na Grécia, e registraram os momentos nas redes sociais. Também por lá, as três estão recebendo apoio dos seguidores após o sucesso mundial do documentário. As três ainda estão pagando as dívidas acumuladas graças aos empréstimos a Simon.