Natalie Portman tem lutado bastante contra os casos de assédio em Hollywood. Em janeiro, a atriz participou da marcha pelas mulheres nos Estados Unidos e criticou a ausência de mulheres em uma das categorias de Globo de Ouro. Para a revista "Porter", a estrela revelou que só percebeu que foi vítima de assédio depois do surgimento de movimentos como o Time's Up, que protestou contra os casos polêmicos no tapete vermelho de uma premiação: "Eu pensava que não tinha nenhuma história até perceber que tinha 100 histórias. Eu acho que muitas pessoas estão repensando esses conceitos, de coisas que acabamos não dando a devida atenção por achar que faz parte do processo".
Portman lembrou de um caso envolvendo um produtor de cinema: "Eu estava viajando para promover um filme e peguei um avião particular com um produtor. Só tinha uma cama no avião, ele fez de propósito. Ele fez propostas para mim e eu disse 'não', disse que estava desconfortável. Foi manipulativo me chamar para ir com ele no avião. Nada aconteceu, não fui abusada. Mas foi supererrado. Eu fiquei assustada. Muitas pessoas falaram há muito tempo e não foram ouvidas, particularmente mulheres negras. Por isso é muito importante que a indústria ouça".
Na marcha pelas mulheres em Los Angeles, Portman discursou sobre casos de assédio e relatou que foi alvo de "terrorismo sexual" logo após o lançamento de seu primeiro filme "O Profissional". Na época, com 13 anos, a artista recebeu uma carta de um fã que relatava uma "fantasia de estupro" com ela: "Eu entendi muito rapidamente, até mesmo como uma adolescente de 13 anos, que se eu me expressasse de forma sensual eu não me sentiria segura e que homens poderiam se achar no direito de falar sobre meu corpo e objetificá-lo, o que me deixaria desconfortável". "Eu senti a necessidade de cobrir meu corpo e de inibir minha expressão e meu trabalho para enviar minha própria mensagem ao mundo de que eu sou alguém digna de segurança e respeito. A resposta à minha expressão, desde pequenos comentários sobre meu corpo para declarações deliberadas mais ameaçadoras, serviu para controlar o meu comportamento através de um ambiente de terrorismo sexual", completou.
(Por Tatiana Mariano)