O cantor e compositor Erasmo Carlos morreu nesta terça-feira (22), no Rio de Janeiro. Dias depois de receber alta, o artista voltou a ser internado nesta segunda-feira (21) no Hospital Barra D'Or, na Zona Oeste da capital carioca.
Segundo o G1, ele estava intubado. A informação foi confirmada pelo colunista Guilherme Amado, do Metrópoles. De acordo com a publicação, ele estava ao lado da mulher, Fernanda Passos, no momento do óbito.
A causa da morte ainda não foi revelada, mas é sabido que Erasmo esteve internado em um hospital da Zona Oeste carioca para fazer exames complementares e tratar um quadro de síndrome edemigênica, caracterizado pelo excesso de líquido preso em tecidos do corpo. Entre as principais causas do problema, estão o mau funcionamento de alguns órgãos.
Enquanto estava internado, Erasmo foi alvo de uma fake news de que havia morrido, o que causou revolta em sua mulher. O artista recebeu alta no dia 2 de novembro, Dia de Finados, e fez piada com a coincidência. "Bem simbólico... Depois de me matarem no dia 30, ressuscitei no Dia de Finados e tive alta do hospital! Obrigado a Deus, a todos que cuidaram de mim, rezaram por mim e torceram pela minha recuperação... Essa foto com a Fernanda traduz como estamos felizes", escreveu o tremendão.
Erasmo Esteves nasceu no dia 5 de junho de 1941, no Rio de Janeiro. Apaixonado por rock and roll e bossa nova, ele começou a mergulhar na música ainda na adolescência, quando aprendeu a tocar violão com ninguém menos que Sebastião Rodrigues Maia, que, anos mais tarde, se tornaria Tim Maia.
Erasmo transformou o hobby em profissão na década de 1950, quando foi convidado para integrar o grupo The Snakes. Nessa época, ele conheceu Roberto Carlos. O companheiro de conjunto, Arlênio Lívio, os apresentou depois que o futuro Rei demonstrou interesse em alguém que pudesse fazer uma letra para uma música de Elvis Presley. A partir daí, o resto é história.
Já nos anos 1960, Erasmo se juntou a Roberto e Wanderléa no programa "Jovem Guarda". A atração foi ao ar durante três anos e ajudou a popularizar uma vertente musical que bebia da fonte do rock internacional e foi batizado de "iê-iê-iê". Por conta do impacto do programa, o movimento também ficou conhecido como "Jovem Guarda". Foi lá que ele ganhou o apelido de Tremendão.
De lá para cá, foram 34 álbuns lançados e uma infinidade de hits como compositor e intérprete. Conhecido carinhosamente como o Rei do Rock Brasileiro, Erasmo popularizou um jeito único de compor e de falar de amores, desamores e situações cotidianas. Entre os principais hits da carreira, estão "Mais Um Na Multidão", "Gente Aberta" e "Do fundo do meu coração".
Para coroar o legado, os últimos dias de Erasmo foram marcados por uma importante conquista: ele foi vencedor do Grammy Latino de Melhor Álbum de Rock ou Música Alternativa em Língua Portuguesa pelo disco "O futuro pertence à... Jovem Guarda". "É tão importante entender o conceito, quanto ouvir a música... Existem várias formas de amor, e eu preciso de todas", agradeceu.