Tarcísio Meira morreu aos 85 anos nesta quinta-feira (12), após quase uma semana internado em decorrência de complicações de Covid-19 no hospital Albert Einstein, em São Paulo. Casado há 60 anos com Gloria Menezes, também hospitalizada com o novo coronavírus, o ator estava na UTI e se submetia a sessões de diálise desde o começo da semana. A morte do artista comoveu amigos, colegas de profissão e fãs.
Pai do ator Tarcísio Filho, o veterano já havia tomado as duas doses da vacina e segundo sua nora contraiu a doença por um descuido. Tarcísio Pereira de Magalhães Sobrinho era natural de São Paulo, nasceu em 5 de outubro de 1935, e entre 1967 e 2020 foi contratado da Globo.
O último papel veio em 2018 na novela "Orgulho & Paixão", no qual viveu o Lorde Williamson. A morte de Tarcísio Meira acontece um dia após o falecimento de Paulo José, aos 84 anos, vítima de pneumonia. Entre outros personagens marcantes estão o João Coragem, de "Irmãos Coragem" (1970) e o Renato Villar, de "Roda de Fogo" (1986), além do vampiro Bóris de "O Beijo do Vampiro" (2002) e de D.Pedro I no filme "Independência ou Morte"(1972).
Antes da fama, Tarcísio chegou a cogitar ser Diplomata, mas ao ser reprovado em uma prova em 1957 desistiu da profissão. No mesmo ano, subiu aos palcos com peças como "Chá e Simpatia". Não demorou para chegar à TV no "Grande Teatro Tupi", onde contracenou com Gloria Menezes em 1961.
Já casados, estrelaram em 1963 a primeira novela diária da TV brasileira, "25499 Ocupado", na extinta TV Excelsior. Depois vieram inúmeros outros trabalhos em novelas, especiais, seriados e séries. Em 1967, na estreia na Globo atuou em "Sangue e Areia". Mais tarde foi visto em "Escalada" (1975, na pele de Antônio Dias) e "Espelho Mágico" (1977, como o Diogo).
Na década de 1980 acumulou trabalhos em "Guerra dos Sexos" (1983, como o Felipe) e fez participações em "Roque Santeiro" (1985) e "Tieta" (1989). Na mesma época, estrelou ao lado da mulher o seriado "Tarcísio & Glória", repetindo a parceria em "A Favorita" (2008).
Com o Raul Pelegrini de "Pátria Minha" (1994), venceu o Troféu Imprensa de Melhor Ator. Mais tarde, foi o Giuseppe Berdinazzi de "O Rei do Gado" (1996) e o César Toledo de "Torre de Babel" (1998). E um pouco antes, protagonizou "Araponga" (1990).
Na década seguinte, deu vida ao Dom Jerônimo Taveira de "A Muralha" (2000), ao João Medeiros de "Um Anjo Caiu do Céu" (2001), ao Zé Carlos de "Senhora do Destino" (2004) e ao Tide, de "Páginas da Vida" (2006), fazendo par, novamente, com Glória. No remake de "Saramadaia" (2013) foi o Tibério. E em "A Lei do Amor"(2016), o Fausto.
Ao mesmo tempo em que trabalhou na TV, o artista passou pela sétima arte. A estreia foi em "Casinha Pequenina", de 1963. Destaque ainda para "As Confissões de Frei Abóbora" (1971), "A República dos Assassinos" (1979), "O Beijo no Asfalto" (1981) e "O Cangaceiro Trapalhão" (1983).
Além desses, "Boca de Ouro" (1990) e "Não se Preocupe, nada Vai Dar Certo!", de 2011, seu derradeiro papel nas telonas.