A experiência de profissionais acima dos 40 anos contou com os aplausos da plateia presente em diversos desfiles no calendário fashionista do último ano. Em setembro passado, por exemplo, na Semana de Moda de Nova York, a modelo Shirley Mallmann (45) retornou às passarelas esbanjando seu talento. A brasileira entrou na lista de beldades, como Kate Moss, Amber Valletta, Shalom Harlow, Naomi Campbell, entre outros, que mostram ao mercado fashionista que a idade é o que menos importa no cenário da moda.
Para o empresário Diego Arnold, CEO da AMC Models, o setor fashion muda a cada ano, tornando-se cada vez mais humano e inclusivo com a revelação de um papel importante na sociedade. Ao contrário do passado, hoje é possível ver sobre a passarela pessoas de todos os perfis e todas as idades.
"Posso dizer a Shirley Malmann mesmo que tivesse seus 90 anos, ela ainda teria seu espaço nas passarelas. Ela foi uma das primeiras tops brasileiras a entrar no circuito hight fashion e abrir as portas do mercado internacional para outras beldades de nosso país", explica.
A mudança no comportamento dos clientes foi sentida também pela ACM Models, empresa dirigida pelo especialista em moda.
"No início, quando os clientes começaram a procurar o perfil de profissionais mais maduros para suas campanhas, nosso movimento foi conversar com os pais das modelos de nosso casting. Algumas pessoas toparam na hora, outras resistiram um pouco. Hoje saio pelas ruas com olhar em busca do perfil grisalho que poderá vir a ser o top de uma próxima campanha", comenta.
"Percebo que esse movimento não é passageiro e os quarentões vieram para ficar. Pelo backstage passei a ficar mais acostumado com esse encontro de gerações e penso o quanto seria importante esse movimento ter acontecido antes. É muito legal ver a experiência dos veteranos sendo passada àqueles que chegam ao mercado. O clima dos bastidores está leve e isso faz com que o trabalho tenha melhor rendimento", declara.