Moda e saúde também andam lado a lado! E as roupas que oferecem proteção solar são prova disso. "Essa tecnologia nasceu na Austrália. Eles são mais afetados pelos raios UV porque a camada de ozônio que fica na direção deles é menos densa e o sol lá é mais forte e, consequentemente, mais danoso. Então, em 96, o Governo criou uma norma de proteção solar em tecidos. Assim, muitas instituições oferecem essas peças para as pessoas", explica ao Purepeople Ana Julia Pellegrino, diretora da brasileira UV.LINE, que utiliza a norma australiana na produção das peças. A marca desfilou sua coleção verão 2019, repleta de neon e de violeta – cor aposta da moda – no evento Veste Rio, na última quarta-feira (11).
Segundo Ana Julia, o protetor – em parte – é dispensável ao usar as peças. "Onde a roupa cobre você não precisa de filtro solar. Mas se você veste uma viseira, um chapéu, o rosto não está totalmente coberto porque os raios UV que encontram o solo voltam e podem atingir a pele e, por isso, é recomendado o uso do filtro solar. Com a roupa, onde ela encontra com o seu corpo, não é preciso por ser um filtro físico", afirma.
Em sua coleção passada em parceria com Dudu Bertholini, a marca produziu um trench coach com proteção solar. E as peças de alfaiataria? Será que também poderiam ter a tecnologia aplicada? Ana Julia explica: "Nem todo o tecido consegue dar o fator de proteção 50+, mas se for um tecido um pouco mais grosso, sim. Entretanto, não é uma peça que você usaria para ir ao sol. Um Jeans deve dar uma proteção alta, mas ele não é um tecido indicado para ser usado no sol a pino. A nossa diferença é utilizar tecidos que são leves e agradáveis para serem utilizados ao sol."
Aplicar a proteção nos tecidos, inclusive, foi um grande desafio enfrentado pela marca. "No começo da marca nenhuma fábrica fazia tecidos com proteção UV. Precisávamos exigir o tratamento de proteção UV ou que fossem feitos os tecidos especiais. Mas utilizamos a poliamida que é um tipo de fio feito especialmente para aumentar o grau de proteção à radiação", conta a diretora, que destaca: "Só que se esse fio for utilizado em uma trama muito aberta, ele não chegará ao nível de proteção que utilizamos, que é o de 50 FPU, que é o máximo que existe para as roupas. A proteção é de 98% dos raios UV e os 2% não são considerados nocivos. Ele varia de cinco em cinco até 50, como filtro solar."
A poliamida não é o único tecido usado na produção das peças da UV.LINE. "Também trabalhamos com poliéster em algumas peças que são sublimadas, que é um tipo de estamparia. Essas peças são cortadas e depois que vão para a máquina de sublimação, como se uma foto fosse impressa na roupa. Mas é um poliéster de extrema qualidade e cujo toque se assemelha muito ao da poliamida", diz Ana Julia.
(Com apuração de Patrick Monteiro e texto de Vanessa Nogueira)