O celular geralmente é a primeira e a última coisa vista por nós durante o dia. Nos acostumamos com a disponibilidade de informação 24h por dia e com os serviços oferecidos por aplicativos. Atualmente, quem não tem um celular, não está completamente integrado à sociedade.
As horas passadas no smartphone sem consciência são um problema comum, no entanto, enfrentam resistência para ser resolvida. É de se esperar que as consequências do tempo perdido inconscientemente comecem a refletir nos nossos relacionamentos e projetos pessoais e profissionais. Entretanto, tudo o que é demais não faz bem e um detox digital acaba sendo necessário para o bem-estar.
Assim como qualquer movimento repetitivo, o uso constante e compulsivo do celular pode afetar o funcionamento dos nossos olhos, coluna e mãos. Além disso, as relações humanas se tornam impessoais, pois o aparelho faz o papel de intermediário, deixando de lado a empatia, uma vez que o contato pessoal diminui.
E completando tudo isso, se pararmos para pensar na última vez na qual completamos uma tarefa sem ter a atenção voltada ao celular, perceberemos o quão nossas vidas foram afetadas por esse vício. Por este motivo, temos que buscar caminhos para amenizar a ansiedade no dia a dia. O site Wemystic, parceiro do Purepeople em temas como astrologia e dicas de bem-estar, te ajuda com algumas dicas essenciais a seguir!
A sigla TAC significa "Terapia de aceitação e compromisso". Nessa terapia, desenvolvemos nosso autocontrole a partir da aceitação da natureza dos acontecimentos. Ou seja, se algo te magoar, sinta a tristeza, se algo te constrange, sinta o constrangimento. Isso significa que não há ganhos edificantes quando fugimos dos nossos problemas, mas sim quando os enfrentamos.
Associando essa ideia ao vício no celular, a intenção é pensarmos de que forma nos sentimos antes de utilizá-lo: tédio, desconforto, tristeza? É importante prestar atenção nos gatilhos. O mindfulness, ou atenção plena, oferece por sua vez o suporte para a TAC.
Essas duas práticas podem ser incorporadas lentamente em seu cotidiano, assim, elas serão assimiladas de forma mais natural pelo seu organismo.
Observar: sem juízos de valor, verifique seu estado mental e físico. Se pergunte como seu corpo se sente quando você cede à tentação de usar o celular, para onde seus pensamentos vão e qual postura você toma. Observe não apenas a si mesma, mas também as outras pessoas do seu âmbito pessoal de maneira crítica e sem julgamentos.
Agradecer: substitua o ato de checar o celular logo após acordar pelo ato de agradecer pelas pessoas e circunstâncias que te fazem feliz. Mentalize situações positivas
Meditar: faça uma caminhada meditativa pela manhã, sem pressa, observando as peculiaridades de seu entorno.
Natureza: sem levar o celular, caminhe por um ambiente natural, pode ser um parque, para entrar mais em contato com a natureza.
Pessoas: converse com pessoas interessadas por mindfulness, assim, vocês poderão trocar conselhos e acompanhar o desenvolvimento mútuo.
Então, o que fazer depois disso? Sem deixar de ter em mente que restrições muito rígidas não são a porta de entrada para um empreendimento de sucesso, precisamos ter consciência dos nossos vícios de maneira madura. Vamos aprofundar a abordagem capaz de oferecer uma saída realista do problema, longe de privações totais e utilizando a autonomia já existente em cada um de nós!
O objetivo é ir assimilando aos poucos as práticas trazidas da TAC e do Mindfulness. Portanto, não é necessário que cobranças estressantes sejam feitas, pois se trata de uma reeducação de hábito. O mais importante é garantir o bem-estar em sintonia com a sua rotina.
Semana 1: Atue apenas observando-se. Intuitivamente, você conseguirá distinguir quais são os momentos em que o celular é usado para calar um sentimento negativo e quais momentos seu uso se fez necessário. Nesse momento, é necessário angariar dados para analisar melhor as situações.
Por isso, com a ajuda de um caderno ou bloco de notas, escreva pequenas observações acerca de seu uso do celular, como por exemplo quais pensamentos passaram pela sua cabeça a cada vez que o celular era acionado. Com isso, você terá mais concretude para se apoiar e presumir quais sentimentos funcionam como um gatilho para você.
Semana 2: É natural que a maioria das vezes em que o celular é utilizado, é para fugir de situações de tédio, tristeza ou desconforto. Você perceberá isso após a primeira semana. A segunda semana, por sua vez, será guiada pela "análise funcional". A análise funcional é um método que visa aprofundar um pouco mais as informações.
Com a ajuda dessa metodologia, suas anotações não serão concentradas somente nos sentimentos ou pensamentos, mas também em quanto tempo e quais aplicativos utilizados, bem como os efeitos a curto e longo prazo que o uso do celular desencadeou. Em outras palavras, é olhar-se com mais crítica, analisar-se e tirar conclusões edificantes disso.
Semana 3: Na terceira semana, atenha-se somente a um compromisso, o de se observar, e a cada vez que sentir vontade de usar o celular para escapar do desconforto, faça 10 respirações. Observe também como a vontade se comporta durante essas dez respirações (aproveite a oportunidade para colocar em prática a técnica da respiração das narinas alternadas).
A ideia é que ao invés de se sentir privado de algo, você esteja o oposto: mais atento e consciente de suas escolhas.
Semana 4: depois dessas semanas com esse pequeno experimento, tente manter e ir alterando o que achar necessário. Não se culpe quando não conseguir e tenha em mente que tudo isso faz parte de um processo. Veja algumas orientações para a quarta semana em diante:
1 - Recorra às 10 respirações conscientes em caso de dúvida;
2 - Pense a respeito dos sentimentos negativos após utilizar o aparelho;
3 - Compartilhe o experimento com amigos;
4 - Pare de usar o celular por volta das 18h. Assim, você poderá dormir e ter mais tempo longe do dispositivo;
5 - Tenha momento de "trapaça" intencional ao longo do dia. Momentos pré-determinados para que você se distraia também são importantes para afastar o estigma de proibição.