A abertura do Festival do Rio, na Cinelândia, na noite de quinta-feira (5) foi marcada por protestos. Na frente do cinema Odeon, a classe artística levantou cartazes e faixas escritos "Censura Nunca +". Cerca de cem manisfestantes criticaram a proibição da exposição "Queermuseu", no Museu de Arte do Rio (MAR), pelo prefeito Marcelo Crivella. Do lado de fora do cinema, Debora Bloch e a filha, Julia Anquier, participaram do manifesto. "O que me levou a participar é que estamos vivendo um momento muito grave, de censura à arte, de ignorância ao papel do artista e da cultura no Brasil. A gente tem que resistir. Censura nunca mais!", explicou ao Purepeople. Ao lado da herdeira, que impressiona pela semelhança com a mãe, Debora comemorou a direção de Julia no filme "Adeus à Carne": "É um orgulho. Eu venho desde o primeiro (Festival do Rio) e, desta vez, tem um filme que a filha escreveu e dirigiu. Bem emocionante".
Antes de entrar, Mariana Ximenes afirmou que era a favor da manifestação: "No momento em que a cultura e a arte estão sendo duramente agredidas, eu acho importantíssimo que a gente consiga ter um festival como esse. Que faz a cidade respirar cinema e abraça com carinho a diversidade. Tivemos uma manifestação aqui mais cedo em prol da arte. Foi maravilhoso. Eu apoio este movimento. Antes de ser atriz, sou cidadã e vou apoiar o movimento sempre". No palco, a atriz, com novo visual, levantou o cartaz de "Censura Nunca +" e lembrou que, em 2017, completa 50 anos da discriminação da homossexualidade no Reino Unido: "Este festival celebra a diversidade e a tolerância".
Em 2015, Débora assumiu que se submeteu a um aborto aos 20 anos: "Quando tinha uns 20 anos, engravidei sem querer de um namorado e abortei. Meu ginecologista me indicou uma clínica. Não tive nenhum tipo de arrependimento depois". Após a declaração, a atriz se demonstrou favorável à legalização do aborto no Brasil: "Acho isso tudo uma loucura. É estranho estar em 2015, com uma presidente mulher no Brasil, e o aborto não ser legalizado. Sou a favor que seja legalizado porque ele existe. É uma hipocrisia fingir que não".
(Com apuração de Carmen Lúcia e texto de Tatiana Mariano)