Marcelo Adnet saiu em defesa das atrizes que acusaram Marcius Melhem por assédio moral. As primeiras denúncias contra o humorista vieram à tona em dezembro do ano passado, e um pouco depois o ator que integrava o núcleo de humor da Globo deixou a emissora, meses após pedir licença para acompanhar tratamento de saúde da filha. Adnet reagiu após a advogada que defende as vítimas relatar que Melhem tentou agarrar à força cinco atrizes, para as quais enviou mensagens classificadas como inadequadas. "Todo meu apoio e solidariedade às vítimas", escreveu. O caso lembra o de José Mayer, denunciado em 2017 pela figurinista Su Tonani, e que acabou tendo o contrato rescindido.
Em entrevista para a colunista Monica Bergamo, do jornal "Folha de S.Paulo", Mayra Cotta afirmou que as vítimas já receberam apoio de aproximadamente 30 pessoas após denunciarem Melhem, integrante de programas como "Escolinha do Professor Raimundo" e "Tá no Ar". "São seis vítimas de assédio sexual e seis testemunhas. Há vítimas de assédio moral", detalhou. Ainda de acordo com a advogada, o ator "criava um ambiente de trabalho tóxico. As pessoas se sentiam presas, sem conseguir se livrar daquilo. Ele usava situações de trabalho para tentar agarrá-las à força, inclusive usando de violência". "A linha foi cruzada, a zona cinzenta ficou a quilômetros de distância", acrescentou a advogada.
O ator também teria tentado beijar esse grupo de atrizes à força, segundo a denúncia. "Foram casos de assédio sexual mesmo. De mulheres falando não, não quero, me solta. Não vou beijar, não vou ficar com você. E ele tentando, agarrando. Não tem zona cinzenta, isso é violência. E aí tem algo muito sério. Ele era chefe delas", completou Mayra. Até o final da manhã deste domingo (25), nenhuma atriz havia se identificado como denunciante de Melhem, que ao deixar a Globo após 17 anos disse que estava saindo da emissora em decisão tomada de comum acordo.
Logo depois, Melhem usou suas redes sociais para se pronunciar. "Estou disposto a reconhecer meus erros, pedir desculpas e, se possível, reparar pessoas q eu tenha de qualquer forma magoado. Quero enfrentar isso com verdade e humanidade e me expor se for preciso", iniciou, acrescentando que usa seu trabalho para enfrentar o preconceito. "Mas diante de acusações tão graves que de forma alguma cometi, o que eu posso fazer? Negar", continuou, fazendo um pedido. "Coloco à disposição toda minha comunicação que tenho arquivada, com qualquer pessoa que tenha trabalhado ou se relacionado comigo nesses anos. E peço que ouçam as pessoas que trabalharam comigo (...). Peço por favor que apurem a verdade e não apoiem mentiras", acrescentou. "Jamais seria capaz de emparedar alguém à força. (...) Então quero que tudo seja colocado às claras, expor a minha inocência e os meus erros. Quero poder pedir desculpas e cobrar responsabilidades. Vou em busca da verdade", finalizou.
(por Guilherme Guidorizzi)