Márcio Victor, vocalista da banda Psirico, quer conhecer o professor de filosofia que usou o hit "Lepo Lepo" em uma questão de prova e ainda o chamou de "pensador contemporâneo". Em entrevista ao Purepeople, o cantor conta que ficou surpreso ao saber do fato e elogia a metodologia usada em sala de aula.
"Se eles quiserem ir a algum show, estão convidados e vamos curtir muito", diz Márcio. "Não esperava por isso, mas acho inteligente essa liberdade e criatividade que o professor usa para se aproximar dos jovens e para que eles tenham vontade de permanecer em classe", completa.
Sobre o título de "pensador contemporâneo", que Valesca Popozuda também ganhou recentemente em uma prova em Brasília, o cantor prefere não levar a sério. "Estou bem longe disso e nunca tive essa pretensão. Mas fico feliz em ter um hit em uma avaliação voltada para temas sociais. A maioria das nossas músicas tem essa abordagem", avalia.
"'Lepo Lepo', mesmo com melodia simples, aborda a situação da maioria dos brasileiros e diz que, no final, o que importa é o amor", pontua sobre a canção, eleita a música do último Carnaval de Salvador e classificada por Márcio Victor como um "hino contra o capitalismo".
Questão de prova
O professor Maurício de Menezes Matos incluiu uma questão sobre a música "Lepo Lepo" no teste de filosofia dos alunos do 1º ano do Ensino Médio da Escola Estadual Manoel Duarte da Cunha, localizada no município de Pedro Canário, no Espírito Santo. Após citar a primeira parte do hit, ele perguntou:
"O trecho da música refere-se a situações que cercam a nossa sociedade. Assinale a alternativa que não se refere ao tema proposto na canção: a) desemprego / b) dívida / c) desabrigo / d) Lepo Lepo / e) reforma agrária".
Segundo o professor, mais de 90% dos alunos acertaram a polêmica questão. Para ele, o título de "pensador contemporâneo" para Márcio Victor é mais que merecido. "Pensadores são aqueles que criam algum conceito aceito por boa parte da população. Ele criou o termo 'Lepo Lepo' e muitas pessoas o utilizam não só com a conotação sexual", pontua.
Em relação às críticas recebidas por ter usado o hit em uma prova de filosofia, Maurício minimiza os comentários. "Não interfere em nada na minha didática. Tenho vários ex-alunos que aprenderam se divertindo por meio também de minhas metodologias. Para eles, sei que sou um professor diferenciado. Contribuo para a formação do Brasil de amanhã", encerra.
(Por Anderson Dezan)