A decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de absolver o apresentador Marcão do Povo das acusações de injúria racial contra a cantora Ludmilla, que será mamãe em breve, gerou uma forte reação nas redes sociais. Usuários do X (antigo Twitter) subiram a hashtag "Justiça por Ludmilla", expressando revolta e cobrando um posicionamento mais firme contra o racismo no Brasil.
O caso remonta a 2017, quando Marcão, então apresentador do programa "Balanço Geral DF", chamou Ludmilla de “pobre macaca” durante a transmissão. Na ocasião, ele tentava justificar o comportamento da cantora em um encontro com fãs, mas suas palavras geraram ampla repercussão negativa. O apresentador foi inicialmente demitido pela Record TV e posteriormente contratado pelo SBT.
Após uma condenação em segunda instância, o caso chegou ao STJ, onde foi decidido que a condenação se baseou em um vídeo editado, comprometendo a avaliação do contexto.
Segundo a ministra Daniela Teixeira, relatora do caso no STJ, “é temerosa a aceitação de vídeo editado para sustentar um decreto condenatório em que foi excluída toda a fala do recorrente, havendo ênfase em determinadas expressões sem a devida contextualização”. A declaração foi publicada pelo portal F5, da Folha de S. Paulo, que também divulgou a decisão nesta segunda-feira (23).
A decisão do tribunal foi amplamente criticada por internautas, que viram no desfecho uma demonstração de impunidade. Um usuário do X escreveu: “Um jornalista chamou a Ludmilla de ‘macaca’ e ‘pobre’, e a Justiça teve a coragem de dizer que isso é só opinião jornalística. O racismo tá cada vez mais na cara, e ninguém faz nada. JUSTIÇA POR LUDMILLA”.
Outro comentou: “Que absurdo isso! O racismo é legalizado demais no Brasil mesmo, né? To enojada! JUSTIÇA POR LUDMILLA”. Diversos perfis também questionaram a sentença e exigiram que a defesa de Ludmilla recorresse.
“O homem é racista com a Ludmilla e ainda é absolvido?? Pelo amor de Deus. Que justiça é essa?? Tomara que a Ludmilla recorra e consiga botar esse lixo na cadeia. JUSTIÇA POR LUDMILLA”, publicou outro usuário.
A equipe jurídica de Ludmilla já anunciou que pretende buscar a revisão da decisão. “Confiamos que o colegiado reverterá a decisão, julgando a conduta do acusado criminosa e preconceituosa, impedindo, assim, um imenso retrocesso para a luta contra o racismo no País”, afirmou a defesa em nota à imprensa.