Depois de afastar os rumores de uma possível candidatura à Presidência da República, Luciano Huck afirmou que não se arrepende de ter concorrido ao cargo. "Nunca foi um projeto pessoal meu. Depois de tudo que aconteceu nesses dois anos, eu não consigo voltar pra caixinha que eu estava, eu quero ajudar a construir um país mais justo. Uma pessoa como eu, que está há 20 anos rodando o país, eu sei onde estão os problemas, eu vi, ninguém me contou. Eu sei como esse país é injusto, como as pessoas moram mal. Eu não consigo passar por um problema e não me sentir parte dele. Não tem arrependimento. Acho que a gente tem um problema iminente, mas vamos ter que encarar. Vai estar todo mundo a fim de contribuir com uma agenda positiva, com ideias, trabalho, nas coisas que a gente entende que são inadiáveis", disse em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo".
Luciano, que nunca se omitiu em assuntos relacionados à política, conta ainda se acredita que há e preocupação social nos candidatos Jair Bolsonaro e Fernando Haddad. "Eu li os dois planos de governo. O que me angustia e eu digo que não me sinto representado é porque a gente está discutindo a fiação, mas não qual a casa quer construir. Eu não enxergo hoje qual é o projeto novo de país, um projeto maior, disruptivo, que coloque o Brasil em um patamar em que você consiga enxergar uma menor desigualdade, inovação, educação. Mas eu vejo coisas boas, como a renovação legislativa, que foi onde eu me propus a ficar. Tem muita gente boa, nova", comentou o global, que não se sente representado por nenhum dos dois: "Eu vejo problemas graves nos dois lados, mas a beleza da democracia é respeitar o resultado. A agenda social não é exclusividade de nenhum partido, nem da esquerda, nem da direita. E a gente só vai conseguir equalizar a desigualdade, se a gente tiver dinheiro pra gastar na educação, na saúde".
Questionado se pretende contribuir com qualquer um dos dois, o marido de Angélica – que ficou aliviada com a desistência do artista à Presidência –, respondeu: "Não tenho a menor dúvida. Ganhando Bolsonaro ou Haddad, se respeitarem a democracia, se abrirem para a sociedade civil, entenderem que reformas têm de ser feitas, projetos que tem que ser implantados, a gente vai estar disposto a conversar com qualquer um".
(Por Patrícia Dias)