O Carnaval de Anitta em 2023 tem como inspiração dos looks diferentes mulheres do Brasil e do mundo, na ficção ou realidade, que alcançaram protagonismo por suas personalidades. A aviadora Amelia Earhart, primeira mulher aviadora, a Cabocla Jurema, entidade espiritual da umbanda, e a bailarina Maria Baderna, italiana exilada no Brasil por participar de revoluções em prol de causas sociais, foram algumas delas.
A responsável pela criação desse projeto em parceria com a cantora foi a stylist Clara Lima. Ao Purepeople, ela conta diversas curiosidades, bastidores exclusivos e até alguns truques de estilo da cantora.
"A Anitta quem sugeriu o tema 'Mulheres Guerreiras' para o Carnaval deste ano, e me trouxe quatro personalidades dentro do assunto nas quais ela queria homenagear. A partir daí, fiz uma pesquisa intensa sobre o assunto, e montei o projeto que contém 16 figuras femininas", indica Clara.
De acordo com Clara, o primeiro ponto foi misturar "as características visuais das personagens que são representadas, com elementos da personalidade da Anitta". "Ela me deu liberdade para fazer as pesquisas, buscar as referências das personalidades e criar os looks", afirma.
Com todos as roupas definidas, Anitta trouxe apenas um desejo final. "A cantora fez um último pedido especial que foi a criação da roupa da Guerreira da Favela, e concordamos que seria uma ótima ideia", explica sobre o outfit, usado no fim de janeiro.
Clara Lima indica que a produção em homenagem à Cabocla Jurema, usada por Anitta na apresentação de Recife no dia 18 de fevereiro, foi a mais desafiadora.
"Eu quis enaltecer a cultura indigena e as artesãs sem desrespeitar nenhuma das questões religiosas dos povos originários. Por isso, entrei em contato com a especialista em línguas indígenas sul-americanas, Ana Suelly Cabral, que me colocou em contato com a sua ex-aluna e artesã Marina Guajajara, e com a pajé da Aldeia Lagoa Quieta, Cintia Guajajara, para que pudéssemos produzir esse look tão especial", aponta.
A ligação de Clara com as mulheres da aldeia - "totalmente matriarcal que fica no Maranhão" - foi tamanha que ela quis visitar pessoalmente o local.
"Experienciei uma vivência muito maravilhosa durante os 10 dias que estive lá, e me diziam que nossa conexão era de outras vidas porque as nove crianças andavam comigo sempre. Após muitos cafés da manhã, a matriarca da aldeia, de 97 anos, que é chamada de Raiz, me disse que eu não estava lá somente pelo trabalho, e sim porque sou uma Tenetehara", revela Clara, animada.
As nativas sugeriram adaptações na peça, como a inclusão de uma padronagem específica da Festa do Mel que acontece nas aldeias Guajajaras.
"Fui batizada por ela, recebi um nome indígena, e agora nos consideramos família. É algo que vou levar para o resto da minha vida, a pureza e o cuidado que eles têm com a natureza, a preciosidade que possuem com o trabalho, a honestidade, o amor, o carinho e o acolhimento dessas mulheres que viraram uma família pra mim", afirma a stylist de Anitta.
Para Clara, a aprovação e parceria com os povos originários foi um dos pontos altos do projeto. "Me deixou muito feliz saber que entenderam a minha criação como uma valorização cultural, ver que todos ficaram contentes me deixou emocionada. Na minha opinião, foi o meu trabalho mais especial, além de ser o mais lindo", assegura.
Entre os 16 looks, os usados para os Ensaios da Anitta, com duração de quatro horas, foram especialmente pensados para serem confortáveis. "Agregamos tecidos e bordados estratégicos para que ela pudesse ficar à vontade no palco", indica.
Mas ainda não acabou! No próximo fim de semana, Anitta vai usar outras duas produções inéditas assinadas por Clara. O que vem por aí?
Clara adianta: "Os looks tem o intuito de homenagear essas mulheres e representar como elas se conectam com a Anitta. Então, para as próximas apresentações, podemos esperar figuras tão representativas quanto às outras, tanto para ela como para a nossa história". Confira na galeria da matéria mais detalhes dos looks de Anitta no Carnaval 2023!