Nada de tristeza! Apesar de interpretar uma prostituta que vive dramas familiares e também na profissão, Leticia Colin assume em conversa com o Purepeople que a sua personagem Rosa, destaque na novela "Segundo Sol", está servindo de um grande aprendizado e fonte de empoderamento para a atriz. "Acho que estou aprendendo a ser poderosa e feminista, a me descobrir. Estou entrando nessa fase mais madura da vida. Estou me formando como mulher e com certeza esse encontro com a Rosa, as falas dela, os conflitos, os pensamentos, as contradições têm me formado também. Tenho certeza que vou sair uma mulher mais forte, melhor, por ter ouvido e acolhido essa personagem na minha vida. Estou sendo transformada por isso e nesse momento é irreversível o protagonismo feminino".
Dando vida a uma jovem, que tem a sua trajetória completamente reformulada após decidir se prostituir, Leticia destaca se inspirar na atmosfera de liberdade que é demonstrada pela irmã de Maura (Nanda Costa) na trama: "É sensacional fazer personagens que inspiram coragem e liberdade. Se a Rosa puder fazer isso, independente do que as pessoas escolhem para a vida delas. Já foi-se o tempo que se batia em um vilão de guarda-chuva porque acreditava que aquilo era real. A Rosa inspira justiça social. Que ela quer ser feliz, quer ganhar o dinheiro dela. Ela está sofrendo também. As pessoas acompanham que não é um mar de rosas".
A atriz, que já assumiu ter a ajuda de uma prostituta de luxo para interpretar a personagem, detalha que no no processo de laboratório para compor a sua Rosa conheceu diversas realidades de garotas de programa. "A prostituição de luxo é um lugar onde as pessoas que querem ascender financeiramente mais rápido entram nesse caminho. E isso tem que ser uma escolha pessoal. Claro que existe a prostituição, que vem da tragédia, da miséria humana, da condição econômica do país. Rosa está nesse inerte. Ela tem uma autoestima que não foi bem construída. Ela escuta que não vale nada, que a irmã vale mais do que ela, e isso gera na mulher um lugar de: 'realmente eu não tenho valor e aí só posso fazer isso'".
(Apuração Patrick Monteiro e texto de Helena Marques)