Junno Andrade está na expectativa para estrear na pele de Amaury, o dono da discoteca que dá nome à próxima novela das seis da Globo, "Boogie Oogie". Em conversa com o Purepeople, o ator conta que estava esperando ansiosamente um convite para novela desde sua saída de "Salve Jorge" e garante que não se importa com comentários sobre ele conseguir papéis na TV apenas por ser namorado da Xuxa. "A minha história, quem me conhece sabe qual é. E quem não conhece vai falar o que quiser, não posso evitar e nem vou ficar brigando por isso", afirma.
Diferentemente de seu personagem, que é um amante da vida noturna, Junno diz que não é muito de ir a baladas: "Não sou de sair, prefiro ficar em casa... Sou caseiro, gosto de viajar. E ir para boate com a Xuxa, nem se ela estivesse com o pé bom não daria. A menos que fechem a boate só para a gente (risos)".
Com um jeito sereno de falar, ele faz mistério sobre a trama, mas adianta um pouco sobre o que vem por aí: "O Amaury, além de ser um cara muito bem resolvido ele sabe guardar um segredo muito bem. É um dono de boate que já está ali na faixa dos 40/50 anos, então não é nenhum meninão."
Pergunta como a namorada recebeu a notícia de que ele havia sido convidado para fazer a novela, ele responde, com um sorriso: "Com muita alegria, ela conhece a minha batalha, sabe o quanto é difícil e o quanto eu venho lutando há bastante tempo, principalmente por um lugar aqui na Globo. Eu tinha feito a novela 'Salve Jorge' e estava aguardando um convite ansiosamente. Então o Ricardo Waddington me chamou. Eu já tinha feito um teste para ele no 'Brado Retumbante', acho que foi ali que ele conheceu meu trabalho e agora em Boogie Oogie me chamou para fazer".
Bem-humorado, Junno faz graça sobre o motivo de ter sido escolhido para o papel: "O Ricardo (Waddington) disse que eu tenho o perfil dos anos 70, essa cara antiga... (risos)". Para ele, o fato de acharem que foi chamado por causa da namorada é inevitável. "Isso vai acontecer a gente queira ou não... Então temos que deixar falarem o que eles quiserem, o que eu posso fazer? A minha história mesmo quem me conhece sabe qual é e quem não conhece vai falar o que quiser, eu não posso evitar e não vou ficar brigando por isso, nem ficar chateado", declara.
O artista também não se preocupa em provar o próprio mérito para quem quer que seja. "Vou fazer o meu trabalho e torcer para que as pessoas gostem, o importante que elas se convençam e curtam. Todo mundo passa por esse tipo de coisa, se não for por namorar alguém é porque conhece alguém... Sempre vão falar. Quando a pessoa tem um pouquinho de maldade no coração sempre vai dar um jeito de ter um olhar pejorativo em relação ao trabalho dos outros. Eu realmente não me preocupo com isso", pondera.
O futuro amoroso de Amauri na trama ainda é incerto, mas Junno descarta a possibilidade de futuras cenas de beijo causarem ciúmes em Xuxa: "Acho que ela não vai se importar de forma alguma. Ela é tranquila e confia em mim. Eu confio nela e não tem erro".
De volta aos anos 70
Como já era adolescente em 1978, ano em que "Boogie Oogie" é ambientada, Junno está muito à vontade com a caracterização e fala com empolgação sobre o figurino: "Amaury está entre Bee Gees e John Travolta, usa aquelas golas, correntes, pulseiras... É muito divertido. Eu ia usar costeletas também, mas aí decidimos deixar a barba, que fica bem no estido do Bee Gees".
A moda da época ainda está forte na memória do ator, que não tem receio de rir do que ele próprio já usou. "Já me senti muito brega porque sou um sobrevivente dos anos 80. Usei blaser de ombreira, calça alta, cabelo na altura do ombro... Eu era uma pessoa bem estranha! Há alguns dias postaram uma foto minha dessa época e todo mundo falou: 'que coisa estranha' (risos). Na hora de ser brega eu caprichei, passei duas vezes na fila", brinca.
E ele diz que não vai ter problemas se tiver que mostrar sua habilidade dançando na pista, caso seja necessário em alguma cena: "Se precisar, se o diretor pedir e se o autor quiser a gente faz qualquer coisa. Ritmo eu tenho. Quando tocam aquelas músicas da época numa festa, eu me mato de dançar, faço aqueles passinhos... Inclusive eu sempre brincava de imitar o John Travolta. Acho divertido e é gostoso de dançar. Se eu fosse hoje numa festa tecno, ia passar o maior vexame, porque o que eu sei dançar é de lá dos anos 70 e 80".
(Por Samyta Nunes)