Juliana Boller, a Chaia da novela "A Terra Prometida", está em seu segundo papel bíblico. A atriz admite que sua ligação com a fé foi ampliada após atuar nas histórias baseadas no livro mais vendido, lido pela primeira vez por Samara Felippo para "Os Dez Mandamentos". "Sem dúvida os trabalhos bíblicos nos aproximam mais da fé! A gente acaba se envolvendo com o coração, estudando aqueles arquétipos e nos entregando para viver suas vidas", conta ao Purepeople.
"Em vários momentos da gravação sentia a energia daqueles antepassados junto à mim, e isso me ajudava muito na cena. Com certeza minha fé se fortaleceu a partir do contato com essas estórias", acrescenta. Na trama, sua personagem é casada com Zaqueu (Ricky Tavares), mas se torna alvo de amor doentio de Tobias (Raphael Vianna). Assim como o intérprete do arqueiro, Juliana nega ter passado por algo parecido na vida real: "Não que eu saiba". Se Miriam Freeland aponta a fé como ponto em comum entre ela e sua Raabe, a jovem diz que solidariedade e romantismo as unem.
"Tenho bastante coisa em comum com a Chaia, e muitas coisas adquiri dela. Somos românticas. Assim como ela, gosto de ser prestativa e ajudar às pessoas", indica. "Acredito no poder de cura através dos alimentos e ervas. Mas o que mais aprendi com ela foi a coragem de ser o que se é! O poder da autoestima e da autoconfiança. Acho que isso tem um pouco a ver com fé. Fé em si mesmo", acrescenta. "Acredito muito na cura pela energia, e pratico essa técnica sempre que posso, seja doando Reiki (técnica oriental de cura através das mãos) ou aplicando em mim mesma. Ajuda muito para ansiedade e insônia!", indica.
No folhetim, Chaia é muito ligada à mãe, a curandeira Darda (Ana Barrozo), bem como a atriz. "Atualmente meus pais moram em Fortaleza, mas temos uma ligação muito forte. Somos muito unidos", assegura. O universo da saúde também liga atriz e personagem. "Em relação aos curativos, sempre fui boa com isso. Minha mãe é da área de saúde, e sempre foi muito cuidadosa com ferimentos. Levei bastante do que já sabia de casa", conta.
Com um ensaio sexy no currículo, Juliana acredita que toda mulher pode ser sensual. "Acredito que a sensualidade não está necessariamente ligada à sexualidade ou vulgarização. As pessoas acham que são sensuais através da forma do corpo que elas tem. Eu não acredito nisso! Acho que a sensualidade está em lugares muito mais delicados e profundos do que um decote... Pode estar num olhar, num toque, numa fala, ou até num suspiro...", opina. "Mas o último lugar que a sensualidade está, é numa roupa curta. Uma mulher de burca pode ser sensual se quiser. Penso que toda mulher nasceu com a capacidade de seduzir. Faz parte do nosso instinto", acrescenta.
Já na vida pessoal, a atriz se relaciona com o artista plástico e designer Rafael Maggetto há aproximadamente quatro anos. Morando com ele há dois anos, se conheceram quando ela integrava o grupo Coletivo Consciente (rebatizado para Inspiração Consciente). "Ele é muito parceiro e sempre me acompanha nos eventos. Acaba conhecendo e ficando amigo dos meus colegas de trabalho", elogia. Com apoio dos pais desde que optou pela carreira artística, Juliana faz uma crítica.
"Infelizmente moramos em um país que não vê a cultura como algo importante ou profissional. As pessoas têm a ilusão de que isso não é um trabalho. Só que é! E muito importante e transformador para qualquer sociedade. A cultura é fundamental para a criação de um povo", aponta. "Pensei várias vezes em ter um plano B, mas a profissão me ocupa muito tempo, e me dedico muito à ela. Então meus planos B por enquanto são 'hobbies'. Penso que o artista, para trabalhar, tem que ser múltiplo e se produzir. Não pode ficar dependendo dos outros para trabalhar", finaliza.
(Por Guilherme Guidorizzi)