Iza se emocionou ao participar do "Visitando o Passado", do "Caldeirão do Huck" neste sábado (7). A cantora reviveu os anos nos quais morou em Natal, no Rio Grande do Norte, após seu pai, que é militar, ser transferido para a cidade. "Isso é muito louco! Eu não estou acreditando nisso! É surreal, de explodir a cabeça, são muitos detalhes", reagiu ao entrar na casa montada no estúdio do programa de Luciano Huck .
Iza contou que, antes de ir para o Nordeste, morou no subúrbio carioca. "Eu tive uma infância muito feliz. Eu morei uma parte da minha infância em Olaria, na zona norte do Rio", comentou. Ela ainda comentou como era a vida da família em Natal: "Perto da praia, morava em uma vila, era um lugar seguro, então ficava na rua até... Recordações incríveis. Me sinto uma criança abençoada".
Durante o quadro, a cantora – elogiada por Juliana Paes em foto de biquíni – contou com a companhia da mãe, Dona Isabel, que revelou o amor da filha pela música desde a infância. "Aqui era o camarim dela, deixava de ser a minha cozinha, aliás, ela dominava muito todos os espaços da casa. Aqui era o camarim e a garagem era o palco. Ela mesma se anunciava e apresentava", relembrou.
No "Caldeirão", Dona Isabel, preocupada se a filha seria vítima de racismo, recordou como foi difícil encontrar um colégio para Iza: "Uma escola que fosse acolhedora, que a diferença de raça não fosse um problema". Iza – que faz planos de maternidade após a pandemia – lembra como lidou com o racismo: "No início, eu não entendia o que estava acontecendo, mas alguma coisa estava acontecendo. Minha mãe sempre foi muito observadora, ela nunca deixou as coisas passarem".
Exemplo de empoderamento, a cantora ainda lembra como o apoio da mãe foi fundamental. "Quando eu chegava em casa, e ela percebia que eu estava calada, ou irritadiça, ou não queria sair, que era uma coisa inédita, ela entendia quando acontecia alguma coisa. [...] Como era uma escola particular e eu tinha me esforçado para isso, era bolsista, a minha mãe sabia que eu ia ser uma das únicas meninas negras da escola, que eu não ia encontrar pessoas semelhantes a mim, e já sabia por ser professora que eu podia ser vítima dessa maldade, dessa ignorância, que é o racismo", declarou a rainha de bateria da Imperatriz Leopoldinense no último Carnaval carioca.