O ano de 2013 foi ao mesmo tempo sofrido e vitorioso para Guilherme Leme. O ator, de 52 anos, enfrentou - e superou - um câncer na garganta, neste que ele define como o pior momento de sua vida. Apesar dos problemas, Guilherme garante: "Eu gosto de falar da cura", disse, em entrevista à revista "Quem". Hoje, ele conta que seu pensamento positivo o ajudou a dar a volta por cima: "Muita gente tem a doença e eu me curei. Acredita porque tem cura, vai passar. Eu pensava isso o tempo todo, 'vai passar'".
Guilherme Leme só descobriu sua doença após passar 2 anos sentindo dores na garganta. "Passei por mais de 20 médicos, mas ninguém descobriu o que era. Fiz todos os tratamentos alternativos que se pode imaginar. A dor ia piorando e eu enlouquecendo", detalhou. Só depois de fazer uma ressonância, ele descobriu o problema. "Na hora, foi um baque", relembrou.
Pra completar, por ironia do destino, Guilherme estava no espetáculo musical, "Rock in Rio", onde precisava de sua voz para atuar: "Eu tinha que tomar analgésico para cantar", afirmou, dizendo que em abril, quando recebeu o diagnóstico, precisou se afastar para se tratar em São Paulo.
Logo na primeira sessão de radioterapia, o desconforto para comer era tão grande que ele e os médicos optaram por colocar uma sonda de alimentação: "Coloquei a sonda e fui para casa na mesma tarde, foi simples como uma endoscopia. Mas, à noite, meu estômago começou a doer. Eu tinha a sensação que ia morrer. Tinha dado um problema com minha sonda. O suco gástrico vazou para o peritônio (membrana que cobre a parede abdominal e as vísceras), deu peritonite e septicemia (infecção generalizada por todo o corpo). Fiquei três dias em coma".
Para o ator, a pior parte da doença veio nos 20 dias seguintes, quando precisou ficar na UTI: "É o pior lugar do mundo. O que me salvou emocionalmente foram a minha família e os meus amigos, que foram maravilhosos", disse ele, contando que ainda passou outros 20 dias no quarto do hospital.
"Eu não sabia, mas podia ter morrido. Fiquei uns três dias meio lá e cá, porque quem tem septicemia pode morrer a qualquer momento. Soube disso depois. Eu, na verdade, nunca tive muito medo da morte. Eu sempre tive medo de sofrer para morrer. E o que aconteceu comigo? Eu não morri e sofri", ressaltou.
E finalizou contando o que fez após deixar o hospital: "Fui para o Parque da Aclimação, tirei a camisa e fiquei tomando sol deitado na grama. Até chorei de emoção porque era tudo o que eu precisava".