Gil do Vigor não ganhou o "Big Brother Brasil 21", mas ganhou o coração do Brasiiiiil (e um saldo bancário maior que o prêmio do reality). E, agora, com o lançamento da série documental "Gil na Califórnia", no Globoplay, o economista mostra seus passos iniciais para ganhar os Estados Unidos.
Em cinco episódios, o público poderá ver um outro lado de Gilberto Nogueira que não foi explorado durante os meses de reality show. A série mostra o economista explorando o país novo, ao mesmo tempo que realiza o sonho de estudar fora. Além de uma aventura pelo PhD, "Gil na Califórnia" também aborda assuntos como liberdade sexual, religião, família e, claro, a educação. Esses, inclusive, são definidos pela diretora da série, Patricia Cupello, como os "quatro pilares da vida de Gil".
"O 'BBB' acaba sendo resumido a pequenos metros quadrados que a gente só tem uma especificidade de coisas pra fazer. Muitas vezes eu não conseguia me abrir tanto para algumas coisas pessoais, porque eu tinha preocupação de me verem como vítima. Quando chego nos EUA e me deparo com várias dificuldades que nunca me imaginei, aquilo me deixa em choque", relembra Gil, em coletiva de imprensa.
"Vocês vão ver eu me quebrando um pouco para um mundo que é novo. Enfrentando medos que eu nem sabia que tinha. Vão ver um pouco mais da minha história. É um Gil do Vigor que nem eu conhecia. Vocês vão ver um Gil muito diferente. Sou eu, mas é uma versão minha misturada com algo que eu nunca imaginei viver", explica.
São Francisco, na Califórnia, é considerada a "capital gay" dos Estados Unidos. Isso porque a cidade tem uma longa história de luta e representatividade LGTQIA+. Durante a 2ª Guerra Mundial, todo militar americano suspeito de ser homossexual era encaminhado a São Francisco. Com isso, quase 10 mil militares gays e lésbicas foram dispensados na cidade. Ficando por lá e formando uma grande comunidade LGBTQIA+ no local, que só cresceu ao longo dos anos.
Segundo Gil, quando ele chegou na cidade, houve uma mudança na sua percepção de si. Mesmo tendo certeza de sua orientação, o economista disse que, de alguma maneira, se sentiu mais livre para ser quem é.
"Eu estou acostumado, durante a minha vida inteira, a ter que explicar. Me explicar. Lá não existe explicação. Você só faz. Pode fazer o que quiser e você só faz. Isso me trouxe a liberdade. Porque eu me chocava o tempo inteiro, quando, na verdade, deveria existir desde nascença a naturalidade de ser quem somos. Ser gay lá não e uma questão. Eles podem não te entender em alguns comportamentos, mas não te julgam", explica.
A série mostra a rotina e os destinos que Gil percorre e, claro, as experiências vividas com os "roomates", seus colegas que dividiram a casa com ele e com os amigos da faculdade. Claro que, no meio de toda novidade, não poderiam faltar os clássicos perrengues.
"Passei vários. O idioma acabou não sendo o maior empecilho. Eu não tenho vergonha na cara. O empecilho foi a comunicação. Quando você fala: 'eu gosto de você' no Brasil, você fala pros seus amigos. Sem problema algum e sem as pessoas acharem que está dando em cima delas. É algo fraterno. Em inglês tem muito peso e eu não sabia. Um dia cheguei na festa e, querendo socializar, falei pra todos os machos que eu gostava deles. Depois os machos ficaram com medo. Vieram falar comigo que eu estava apaixonado pelos meninos. Tive que ir pessoa por pessoa explicando. Comecei a ter um pouco do receio de falar. Eu ficava preocupado em ofender alguém. Em gerar desconforto por algo que não era proposital", relembrou.
Com mais de 14 milhões de seguidores nas redes sociais, várias campanhas publicitárias, os sonhos de participar do "BBB" e estudar fora realizados, o que mais Gil do Vigor pode querer?
"Comecei a criar algumas metas. Não quero virar músico, não quero virar cantor, mas quero gravar um CD. Quero que as pessoas me tenham. Quero fazer tudo. Vou gravar um CD de musica erudita, quero fazer uma novela, quero fazer um filme de drama em que eu morra no final. Em Nova York eles têm cursos de atuação. Em 2022 vou fazer uns cursos lá para poder atuar em alguma produção. São meus novos sonhos", confessa Gil.