Você sabe o que é gaslighting? A palavra gerou milhares de buscas por conta de uma polêmica envolvendo os participantes Arthur Aguiar e Jade Picon no "BBB 22" e atitudes da mulher do brother, Maira Cardi, fora da casa.
Posteriormente, voltou a ser assunto por conta das atitudes do ator no Jogo da Discórdia com Laís. A psicóloga Maria Rafart explica, a seguir, a origem do termo gaslighting e como entender se você está sendo alvo dessa situação.
A expressão tem seu fundamento no universo cinematográfico. "Essa manobra psicológica apareceu no filme 'Gas Light', de 1944. Nele, o dono da casa estava em conluio com a governanta para fazer a dona da casa parecer maluca. Faziam diversas manobras, entre as quais alterar a luminosidade da luz a gás, para fazer de conta que tudo estava claro e não escuro, como a pobre mulher pensava. A sala estava escura, e o marido lia seu livro tranquilamente, enquanto a esposa se desesperava por não enxergar mais o bordado", conta a especialista.
A psicóloga aponta que ele é muito comum nas mais variadas relações com perfil abusivo: pode ser entre um casal, entre familiares, e traz diversos malefícios para quem é alvo, como crises de ansiedade, insegurança e outros.
"O manipulador faz exatamente isso: bate na esposa, por exemplo, e depois diz que ela deu motivos para que ele explodisse. Mães manipuladoras fazem de conta que seus filhos, por mais que cuidem delas, ainda não têm o cuidado suficiente que elas merecem – e eles acreditam", aponta.
Maria também pontua que nesse tipo de situação, é recorrente que quem está sendo manipulado demore a perceber.
"É muito comum pessoas manipuladoras mudarem tanto a verdade que você até duvida daquilo que está acontecendo. Pessoas que estão em um relacionamento abusivo frequentemente me relatam situações em que é claro o gaslighting, mas é difícil reconhecer", alerta.
Duas são as dicas da especialista para perceber se você está sofrendo esse tipo de manipulação psicológica. "A primeira, é se imaginar fora da situação, vendo os acontecimentos desde fora, para apartar o envolvimento emocional. Quando trazemos a situação para o racional, frequentemente desmascaramos o manipulador", analisa.
"A outra dica é contar a situação para alguém de confiança, de seu círculo de apoio, para obter uma opinião mais idônea e sem a afetação do envolvimento", completa a profissional.