Flávio Silvino chegou em uma cadeira de rodas para o velório do pai, Paulo Silvino, que morreu de câncer, aos 78 anos. O humorista foi velado e cremado no Memorial do Carmo, na Zona Portuária do Rio, nesta sexta-feira (18). O ator ficou com sequelas após sofrer, em novembro de 1993, um grave acidente de carro. "A perda é enorme, mas graças a Deus meu pai era uma pessoa pública e todo o trabalho dele ficou registrado. Ele não foi apenas mais um cara que passou por aqui, os grandes momentos dele vão ficar", afirmou Flávio.
Em conversa com a imprensa, Giseli Silvino, viúva do comediante, lembrou que o marido não aguentou o socorro chegar. "Ele morreu nos meus braços", lamentou. A viúva de Paulo acrescentou: "Às 7h ele começou a passar mal, ligamos para o medico e ele mandou botar ele no chão e fazer massagem cardíaca. Eu tentei até chegar a ambulância. Ele deu o último suspiro no meu braço". Já a filha, Isabela, disse que a família toda foi atingida pela doença, a mesma que matou Luis Melodia, no começo do mês. "O câncer devasta todos nós. Eu fiquei e estou muito mal de cansada. Mas a parte boa é que ele trouxe muita coisa bonita, muito resgate nosso de amor, de carinho", disse.
Paulo Ricardo Campos Silvino nasceu em 27 de julho de 1939, no Rio de Janeiro, e aos 9 anos pisou no palco pela primeira vez. Intérprete do porteiro Severino do programa "Zorra Total", o humorista trabalhou ainda em outras atrações como "Faça Humor, Não Faça Guerra", "Viva o Gordo", "A Praça é Nossa" e "Escolinha do Barulho", na qual atuou ao lado de Orival Pessini, cuja morte foi lamentada, em outubro passado, por Simony.
Em maio, Nelson Xavier também a batalha contra o câncer, aos 75 anos. "Ele virou um planeta! Estrela ela já era. Fez tudo o que quis, do jeito que quis e da sua melhor maneira possível, sempre", disse sua filha Tereza Villela Xavier. A doença também matou esse ano Jerry Adriani. O ícone da Jovem Guarda morreu aos 70 anos em abril.
(Por Guilherme Guidorizzi)