Luciano Huck homenageou Marília Mendonça com um tributo no "Domingão com Huck" deste domingo (07), dois dias após a morte da cantora, vítima de um acidente aéreo em Minas Gerais. Cercado por artistas como Paula Fernandes, Naiara Azevedo, Tierry e Luisa Sonza, que cantaram sucessor da Rainha da Sofrência, como Marília era conhecida, o marido de Angélica fez fãs famosos e anônimos chorarem ao ler uma carta escrita para o único filho da cantora, Léo, que estava com o pai, Murilo Huff, na hora do acidente.
"Esta carta Leo, é para você. Para quando você tiver compreensão do mundo. Para você entender quem era a sua mãe. Você tem 1 ano e 10 meses. Você vai assistir isso algum dia e eu queria que você entendesse quem é sua mãe", iniciou o apresentador.
Huck, então, leu o primeiro trecho da carta que exaltou a trajetória da cantora, que em seu último mês de vida namorou o funkeiro Matheuzinho: "Querido Léo, escrever uma carta pra você hoje é mandar uma carta para o futuro. Futuro que sua mãe já tinha transformado, antes mesmo de você nascer. Como se ela parasse o futuro pra você, ou melhor, como se ela preparasse o futuro pra você".
A partir daí, os outros trechos da carta foram lidos por nomes como Carolina Dieckmann, Deborah Secco, Lilia Cabral e Fátima Bernardes, entre outras: "Mais ou menos a idade que sua mãe tinha quando, com as palavras dela, entendeu o coração do Brasil. E sentido-se compreendido, o Brasil por ela se apaixonou. Porque a sua mãe não cantava sozinha. Sua mãe tirava as palavras da boca de um monte de mulheres e botava na boca dela".
"Dava sentimento ao que nem sabia que sentia. Quando ela subia no palco pra soltar aquela voz, ela na verdade cantava com a voz de milhões de brasileiros. Sua mãe libertou, absorveu, perdoou, prendeu as mulheres como ninguém, Léo. Ela ensinou a gente a amar sem culpa. Mostrou que a gente pode encher a cara e cobrar respeito. Pode ser romântica e da noitada. Pode ser mãe e empresária. Ela ensinou que as mulheres podem ser quem quiser, como quiser. E isso mudou nosso País pra melhor", afirmou na carta.
"Essa é uma carta escrita a muitas mãos, Léo. Em muitas mães. Porque sua mãe queria ter voltado. Ela queria voltar porque você existe. Porque depois que você chegou o verbo voltar virou sinônimo de amor, de felicidade. Ela queria voltar cansada, com a sensação de dever cumprido, depois de ter cantado pra multidões que cantariam com ela, que encheriam o coração dela de gratidão, satisfação de ser quem ela sempre foi. Ela queria voltar pra se perder nos seus braços. No seu corpo pequeno, mas tão imenso no significado. Porque você, Léo, era pra ela uma multidão particular".
"Quando você sentir o desejo de revê-la, é só buscar a sua mãe dentro do seu coração. O seu coração vai ser a sala, o sofá, o ponto de encontro de vocês. Pra nós, ela também vai estar por perto. Porque ela não foi embora. Ela virou esse ar que nos rodeia, que se chama amor. E ninguém pode com o amor. Nenhuma distância, nenhum fim. Então, quando a saudade bater, Léo, lembra que um pedacinho da sua mãe mora em cada um de nós. Lembra que a sua mãe não mora somente no passado. Ela espera por você também no futuro".
"Um futuro, Léo, que sua mãe embalou para que a gente te acolhesse. Da mesma forma que ela sempre acolheu tanta coisa que vinha da gente. Se hoje nosso canto é lágrima e silêncio, quero dizer você, Léo, que a sua mãe é um farol. E o caminho iluminado por ela não se apaga", garantiu a carta, que fez anônimos e famosos, no palco e plateia do programa, irem às lágrimas. "Está uma choradeira aqui", apontou o apresentador, também emocionado.