É possível reverter a harmonização facial? Alguns famosos, como é o caso da ex-BBB Gabi Martins, têm voltado atrás. A busca pelo procedimento estético que transformou a aparência de muitas celebs nos últimos anos está começando a ter um efeito contrário.
Os consultórios começam a receber pacientes interessados em fazer a reversão da harmonização facial com o objetivo de alcançar uma aparência mais natural. O mesmo aconteceu com as ex-participantes do reality show "A Fazenda" Erika Schneider e Deolane Bezerra. Ambas refizeram o preenchimento labial.
Especialista em procedimentos minimamente invasivos, a biomédica esteta Gabriela Dawson comenta que esse arrependimento está relacionado ao fato de muitas vezes os pacientes procurarem algo que não vão encontrar e reforça que a harmonização facial tem como objetivo corrigir pequenos detalhes da face.
A Dra. Gabriela Dawson alerta, porém, que a técnica exige expertise e visão estética do profissional que irá fazê-la.
"Existem traços e ângulos na face que potencializam a beleza, e isso é estudado há muitos anos. Para valorizar o que há de belo em um rosto, não preciso usar 30 ou 40 ml de ácido hialurônico, porque esse rosto ficará inchado, sem formato e inestético. O queixo, por exemplo, requer uma técnica bem avançada e muito assertiva, pois tende a 'cair' com o tempo", pontua.
"O ácido hialurônico tem muita afinidade com a água e, depois que ele está dentro da pele, hidrata, dá volume, espalha e migra. Ao usar o produto errado, em uma quantidade não ideal e no plano anatômico não indicado, temos a receita para o caos estético. Consequentemente, a vontade do paciente de voltar a ser como antes", acrescenta.
Gabriela Dawson afirma ser possível ter o aspecto natural do rosto novamente quando o procedimento é retirado. Mas ressalta a importância de o profissional acertar a aplicação de primeira, pois desta forma diminui as chances de arrependimento do paciente.
Segundo a biomédica, o corpo produz naturalmente uma enzina que degrada o ácido hialurônico, principal produto usado para harmonizações. Porém, em fins estéticos, ela só deve ser usada em caso de intercorrências – quando algum procedimento dá errado:
"Nosso corpo produz a enzima hialuronidase. Ela degrada o ácido hialurônico produzido também pelo organismo. Já a hialuronidase sintética faz o mesmo trabalho: degrada mais rápido o ácido hialurônico injetável. Porém, essa degradação só acontece se ele for puro."
E não pense que em uma sessão é possível reverter o preenchimento labial: "Muitas vezes fazemos várias sessões para retirar um lábio, por exemplo, e o produto não sai de jeito nenhum. Depois, em ultrassom, descobrimos que o ácido hialurônico não era puro e, consequentemente, não conseguimos degradá-lo completamente".
Para quem busca um aspecto mais natural, o indicado, segundo a especialista, é investir nos procedimentos minimamente invasivos. O objetivo desses tratamentos é justamente não promover uma aparência artificial. A falta de preparo de alguns profissionais acaba surtindo uma aparência caricata e com perda das expressões faciais.
"O trabalho com injetáveis na face, principalmente o ácido hialurônico, a toxina e os bioestimuladores trazem resultados incríveis, lindos e inigualáveis. Uma pena ver tantas pessoas terem experiências ruins. Esses trabalhos acabam caindo na mídia e deixam os pacientes com medo", lamenta.
"Os procedimentos com injetáveis faciais devem ser lindos, sofisticados, elegantes, delicados e naturais. Porém, é importante conhecer muito bem a formação do profissional e se identificar com o trabalho dele. Assim, com certeza você se apaixonará por essa arte incrível de embelezar uma face", declara.